Mais um capítulo da novela entre a Fundação do ABC e a Prefeitura de Mauá foi deflagrado nesta semana com a ação do município de não seguir com a parceria. Mais uma vez a falta de informações para o principal interessado nessa história, o munícipe, foi o que mais chamou a atenção daqueles que acompanharam as últimas tratativas entre as partes.
Sim, os problemas são bem graves entre os dois lados, principalmente em relação ao valor da dívida que alcançou a casa dos R$ 160 milhões, segundo a FUABC e que, claramente, é impagável por parte de uma cidade que tem uma defasagem orçamentária de mais de 70%, segundo os dados do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Apesar do cenário nada favorável, ficou claro que a falta de diálogo entre as partes segue sem que a população tenha o mínimo direito de saber sobre o que acontece. Aliás, o papel da imprensa regional, nesse caso, é ainda maior, pois virou o único caminho para que as tratativas, ou a falta delas, possam ser conhecidas publicamente.
Outro ponto que deve ser sempre lembrado é que a disputa político-partidária sobre o assunto também é outro cenário que só piorou a situação. A culpa neste caso é generalizada. Não adianta jogar a bomba para a outra gestão. O relatório do Ministério Público, que deu base à ação civil pública, mostra com toda a clareza que houve várias oportunidades de acordo, mesmo com os problemas vividos em relação aos prefeitos, mas nada aconteceu.
Pacientes estão nas filas de exames, com uma infraestrutura digna das reclamações feitas pelos munícipes há várias décadas e que aumentam a cada dia. Passou a hora de fazer política de verdade, ter ações transparentes que possam trazer melhor situação para aqueles que pagam altos impostos sem ver a devolução de bons serviços prestados. Até quando vai ser assim em Mauá?