Cebola sobe 20,78% e eleva preço da cesta básica

Condições meteorológicas interferem no valor (Foto: Divulgação)

No mês de julho, o preço do quilo da cebola branca apresentou variação significativa na região, 20,78% de elevação de acordo com pesquisa divulgada pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). No levantamento mais recente, além da cebola, o açúcar refinado e a banana também apresentaram alta, o primeiro produto a 11,45% e o segundo 6,86%, o que contribuiu para o valor da cesta básica subir de R$ 626,98 para R$ 642,62.

Em alguns supermercados, o quilo da cebola chegou a R$ 6,01 na semana de 22 a 26 de julho, enquanto em outras semanas do mês o mesmo produto custava R$ 5,43. De acordo com o engenheiro agrônomo responsável pela análise da pesquisa, Fábio Vezzá de Benedetto, a explicação está na safra e condições meteorológicas do inverno. “Por conta do baixo consumo em épocas de estiagem, recebemos produtos de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, e o frete interfere no valor”, explica.

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Além de vir de outras regiões, os supermercados recebem ainda cebola de outros países, o que faz o preço se manter alto. “Recebemos também aquelas cebolas com a casca mais avermelhada, mais grossa, as argentinas. Então por não termos uma safra comum, ficamos desabastecidos, e automaticamente o preço é reflexo da falta de estímulo no plantio”, acrescenta.

O inverno e as estiagens também são responsáveis pelo aumento do quilo da banana. Segundo o especialista, entre os meses de agosto e setembro, a formação dos cachos é tardia, assim como o amadurecimento do fruto. “O que segura o preço é a competição do valor com outras frutas. Com a volta as aulas e o aumento no consumo, a previsão é que o valor permaneça alto até o clima começar a esquentar”, alerta.

Já a alta do açúcar não há uma informação concreta que justifique, mas de acordo com o agrônomo, o preço do combustível, álcool e valor do dólar podem remeter a alta. “O que percebemos agora é que com a criação de novas marcas, e isso é um bom sinal para que o preço alto não se sustente por muito tempo e, com a competição haja um recuo do valor”, aponta.

Quedas

Na contrapartida, alguns produtos que compõem a cesta básica apresentaram queda, entre eles a batata, com variação de -18,76, o tomate com -15,95% e o feijão com -9,61%. Na visão do agrônomo, a variação da batata se dá, principalmente, por ser cultivada debaixo da terra. “Se favorece com o período seco, pois não sofre com os fungos do calor, e com isso tem colheita favorecida”, explica.

Enquanto isso, a baixa no valor do tomate é justificada principalmente pela alta do consumo. Em alguns supermercados, a fruta chegou a custar R$ 8, enquanto depois da queda, passou a custar R$ 6. “As temperaturas frias não são tão boas para que os frutos peguem cor e amadureçam, e com a falta consumo, o preço cai”, explica.

Assim como o tomate, o feijão também baixou o preço, e na visão do agrônomo, mesmo em épocas que o grão se mantém em alta, não há necessidade de precipitação. “Não há o que se desesperar com estes produtos, eles recuam rapidamente, diferente do leite e carne que o preço sobe e nunca mais voltam ao normal”, aponta.

Dica

A orientação de Benedetto é que, para aproveitar o último mês de inverno, as pessoas busquem consumir hortaliças e frutas cítricas, pelo valor acessível e pouca procura. “A salada tem pouca saída no inverno, e com isso a orientação é que busquem consumir bastante, assim como as laranjas, tangerinas, que estão com preços bem abaixo da tabela”, orienta.

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