A Câmara de São Bernardo retorna com sessões ordinárias na próxima quarta-feira (7) e entre as primeiras pautas em avaliação está o pedido de implantação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde, de autoria de oposicionistas e vereadores independentes. Em entrevista ao RDtv, o presidente da Casa, Ramon Ramos (PDT), afirmou que não vê necessidade para a investigação e que não quer que o mecanismo vire motivo de politicagem no Legislativo.
A CPI foi assinada por toda a bancada petista, dois vereadores do Cidadania (Julinho Fuzari e Dr. Manoel) e mais três vereadores que até a votação das contas do ex-prefeito Luiz Marinho (PT) eram considerados da base de governo: Rafael Demarchi (PRB), Mauro Miaguti (DEM) e José Alves da Silva, o Índio (PL).
Questionado sobre o assunto, Ramos alerta para o cuidado que se deve ter com tal ação. “Essa é a condução deles, é a política deles. Aquilo (CPI) é legítimo? É legítimo, mas para abrir uma CPI, hoje, nós não temos instrumentos para poder fiscalizar. O vereador não tem capacidade de fazer a investigação, de fazer uma fiscalização como o Ministério Público, então precisamos ter cuidado com essa situação, até para que isso não vire uma politicagem”, comentou.
O pedetista defendeu as ações do governo de Orlando Morando (PSDB) e do secretário de Saúde, Geraldo Reple Sobrinho, que na sua visão consegue realizar “um bom trabalho, apesar das dificuldades da Saúde na cidade de São Bernardo, no Estado e no País”.
Com 10 assinaturas, a CPI foi protocolada, mas ainda precisa ser lida em sessão. Segundo o presidente da Casa, são necessárias 15 assinaturas para um pedido de urgência para colocar a Comissão em funcionamento. Caso ocorra, cada um dos 13 partidos representados na Câmara vai indicar um representante no grupo e na sequência haverá a escolha do presidente, do vice-presidente e do relator.
Clima
Sobre o clima das sessões no segundo semestre, Ramon Ramos considera que pode ter um ou outro discurso mais inflamado, principalmente nas discussões de projetos e nos comentários sobre a participação dos munícipes na tribuna livre, mas não considera que haverá influência direta da campanha eleitoral do próximo ano.
Questionado sobre a possibilidade de transmissão das sessões ordinárias e extraordinárias, algo que já acontece nas outras seis câmaras da região, o pedetista salientou que o clima bélico do debate nas redes sociais é um fator a ser levado em conta na decisão que está em pauta no Legislativo desde 2009, mas que até o momento não saiu do papel.