Não dá para negar que o valor das passagens para acessar qualquer transporte público é um absurdo para qualquer cidadão, principalmente se levada em conta a qualidade do serviço e o momento econômico do País. Mas o jeitinho brasileiro para pagar menos ao comprar de vendedores irregulares bilhetes nada confiáveis é uma forma de piorar ainda mais a situação.
Claro que existem os casos dos vendedores que estão ali apenas para conseguir algum dinheiro para sobreviver, mesmo assim é um erro, pois a lei não permite a ação. Não há uma confirmação de qual é o real destino do valor (se realmente é pago alguma coisa) que aparece na tela do sistema de bilhetagem eletrônica.
Infelizmente é cada vez mais corriqueira a venda irregular de bilhetes. O pior é que tudo acontece bem perto dos seguranças da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e dos agentes de segurança (Polícia Militar e Guarda Civil Municipal), e nada é feito. Agora, qual é o motivo para não realizar a devida fiscalização?
Conforme demonstra a reportagem publicada nesta edição do RD, o comércio é livre, inclusive com os gritos para a devolução dos bilhetes irregulares na cara dos funcionários. Por mais olhares tortos que se possa fazer neste momento, todos viram cúmplices da ação proibida por lei. Algo igual à venda de produtos piratas.
Todos têm de saber que o ato é uma forma de corrupção. Como dito, o momento é difícil e cada centavo economizado é uma “vitória”, mas é necessário parar de bancar um verdadeiro sistema corrupto, que não vai gerar valores para investimentos nas linhas. Como cobrar dos gestores se não fizerem a sua parte? É um valor muito alto que banca um caminho cada vez mais perigoso. Infelizmente ainda vivemos em um País que, seguir as leis, é uma dádiva e não uma obrigação. Será que vale a pena seguir com isso?