Após três anos, a Justiça autorizou a Prefeitura de São Bernardo a retomar as obras do Museu do Trabalho e do Trabalhador, que será transformado em unidade da Fábrica de Cultura. Em ato realizado nesta quinta-feira (25), o prefeito Orlando Morando (PSDB) afirmou que também buscará no Judiciário o acesso aos R$ 70 milhões bloqueados em relação à ação sobre as suspeitas de corrupção na construção do equipamento cultural.
A autorização foi concedida quarta-feira (24). Com a decisão, agora o Poder Executivo local aguarda a finalização do prazo para que as empresas no processo licitatório possam entrar com recursos em relação à homologação da participação das mesmas, algo que terminará na próxima semana. Na sequência, serão abertas as propostas para finalização.
A Prefeitura de São Bernardo alega que serão necessários R$ 5,5 milhões para finalizar a obra, mas existe a expectativa de redução do valor com a licitação. Se não houver mudanças nos prazos, na primeira quinzena de setembro será dada a ordem de serviço. Para a finalização do prédio a expectativa é de 150 dias.
Enquanto isso, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, fará a licitação para mobiliar o local e também em relação à organização, que vai gerenciar a Fábrica de Cultura. Para a secretária executiva da Pasta, Cláudia Pedrozo, o formato do local pode trazer novidades nas atividades que o futuro equipamento pode gerar.
“Temos um vão livre gigantesco aqui no local. Podemos ter atividades grandes neste local, até com projeções nesta área. Existem condições para que seja a melhor unidade da Fábrica de Cultura que nós temos”, disse Cláudia. Já existe equipamento do tipo na região, em Diadema.
Recursos
O valor orçado para a obra será pago pela própria Prefeitura, pois já houve a perda de R$ 4 milhões do Ministério da Cultura. Para recuperar o dinheiro, o Poder Executivo vai entrar na Justiça para ter acesso aos R$ 70 milhões bloqueados na ação resultante da operação Hefesta, da Polícia Federal, deflagrada em 2016.
“Se houve dinheiro surrupiado da obra, o erário público tem de ser ressarcido. Vamos recuperar os valores que serão investidos aqui e usar o restante para a cidade. Vamos entrar na Justiça para isso”, disse Orlando Morando. Ainda não há julgamento sobre essa história que envolve empresas e membros da gestão do ex-prefeito Luiz Marinho (PT), além do próprio petista que é réu.
Em todas as vezes que questionado sobre o assunto, Marinho sempre afirmou que “está tranquilo” sobre os gastos sobre a obra e que todo o problema foi causado por falta de repasses do Ministério da Cultura.