Bolsas de NY fecham sem direção única, com foco em EUA-China e balanços

As bolsas de Nova York encerraram o pregão desta quarta-feira, 24, sem direção única. A confirmação oficial da Casa Branca sobre a retomada de negociações com a China no próximo dia 30 favoreceu os mercados acionários, mas o fôlego foi limitado pelos balanços da Boeing e da Caterpillar, cujos desempenhos frustraram expectativas de analistas.

O índice S&P 500 fechou em alta de 0,47%, aos 3.019,56 pontos, enquanto o Nasdaq avançou 0,85% para 8.321,50 pontos, ambos renovando máximas históricas nesta quarta-feira. Já o índice Dow Jones, do qual Boeing e Caterpillar são componentes, fechou em baixa de 0,29%, aos 27.269,97 pontos.

Newsletter RD

O estabelecimento de uma data para a próxima rodada de discussões entre Washington e Pequim trouxe certo alívio aos investidores, que aguardavam por sinais mais claros sobre as discussões desde o G20, em junho. A reunião acontecerá em Xangai e terá participação do representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, enquanto a China será representada pelo vice-primeiro-ministro Liu He.

Mnuchin disse que “há muitas questões a serem resolvidas” com a China, mas a intenção é que haja progresso nas negociações. O comunicado da Casa Branca destacou que serão tratadas questões como “propriedade intelectual, transferência forçada de tecnologia, barreiras não tarifárias, agricultura, serviços, déficit comercial e fiscalização”.

O secretário do Tesouro também se pronunciou sobre a abertura de investigações sobre giant techs para apurar práticas anticompetitivas, em particular a Amazon (+0,32%), que ele disse ter “destruído a indústria varejista” dos EUA. A gigante é alvo de investigações antitruste também na Europa. Mnuchin disse que, embora não se possa comparar diretamente Facebook (+1,14%), Apple (-0,08%), Google (-0,72%) e Netflix (+3,46%), “é bom que o Departamento de Justiça esteja olhando para as techs”. De qualquer modo, hoje prevaleceu o foco nos resultados dessas companhias.

A Boeing (-3,12%), por sua vez, teve prejuízo de US$ 2,942 bilhões no segundo trimestre do ano, revertendo o lucro de US$ 2,196 bilhões no mesmo período de 2018, além de registrar queda de 35% da receita líquida na mesma comparação. O recuo foi atribuído às incertezas em torno do modelo 737 MAX, envolvido em dois acidentes no início deste ano.

Já a Caterpillar (-4,48%) teve aumento das vendas e receitas no segundo trimestre de 2019 em relação ao mesmo intervalo no ano anterior, mas o lucro líquido de US$ 1,62 bilhão, ou US$ 2,83 por ação, veio abaixo das previsões de analistas ouvidos pelo FactSet.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes