A presidente do Sineduc (Sindicato dos Professores das Escolas Públicas Municipais, Ribeirão Pires), Perla de Freitas, disse que os professores e os auxiliares da educação são prejudicados em seus vencimentos por conta de “manobra” feita pelo prefeito Adler Teixeira, o Kiko (PSB) na folha de pagamento. Ela relata que os trabalhadores há dois anos não recebem reajuste salarial. Cerca de 2 mil servidores, sendo 1,3 mil só de professores, estariam sendo lesados. Perla concedeu entrevista ao RDTv e foi entrevistada pelos jornalistas Leandro Amaral e Samuel Boss.
A dirigente sindical disse que a relação com a prefeitura não é boa e não há mesa de negociação permanente. “A administração não age de forma respeitosa com a representação dos trabalhadores. Tentamos estabelecer uma relação democrática, mas não fomos correspondidos. A relação que querem estabelecer é: a gente faz e vocês ficam quietos. Nós não podemos aceitar jamais isso. As coisas sempre são feitas de forma unilateral, com projetos sendo mandados em regime de urgência para a Câmara municipal, sem discutir; isso não é uma relação republicana”, reclama Perla.
Segundo a sindicalista o sindicato está preocupado com outras questões e não apenas com o salário, como o adoecimento profissional, doenças psiquiátricas, falta de condições de trabalho e a falta de uma política preventiva. “Não temos um levantamento de quantas pessoas estão nessa situação, porque precisamos de colaboração da prefeitura e infelizmente não há interesse em dar publicidade a esses dados. Desenvolvemos uma cartilha muito boa sobre assédio moral e síndrome de Burnout que acomete quem trabalha com o público, o que causa esgotamento emocional que incapacita para o trabalho”.
Perla de Freitas, para falar das perdas salariais citou exemplo de funcionário da educação que atua há 24 anos na prefeitura e que ganha R$ 1.666. Segundo ela, com o reajuste proposto pelo prefeito ele deveria ganhar R$ 1900, mas não teve aumento. “São quase R$ 300 a menos e a prefeitura não responde porque isso acontece”, reclama. O Sineduc tem entre as prioridades cobrar da prefeitura a regularização dos salários e planos de carreira e um levantamento sobre os casos de doenças no trabalho. Além disso quer adotar medidas jurídicas para evitar que as rescisões virem precatórios. “Prioridade é o levantamento do adoecimento, depois a questão do respeito ao plano de carreira, já que o servidor não tem FGTS nem acordo coletivo paga 11% para a previdência e tem como benefício a possiblidade é de progredir na carreira, mas isso não existe em Ribeirão; a carreira foi destruída. Ainda passaram uma lei na câmara em que as indenizações viram precatório. Essa lei tem a intenção de não pagar as pessoas. É calote mesmo”, finaliza.