Questionado sobre a escolha do modal para a linha 18-Bronze (Tamanduateí-Djalma Dutra) o vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), afirmou nesta terça-feira (18), em visita à Santo André que a definição sobre o imbróglio será pela viabilidade do projeto. Para o democrata, a ideia é que logo após a resposta por parte do Governo do Estado a obra seja iniciada, independente do modelo que será adotado.
Os estudos sobre a viabilidade do atual modelo serão finalizados até o final do mês. A maior preocupação do Estado são os custos. Orçada em R$ 5,7 bilhões, seriam necessários R$ 3 bilhões para começar a obra, algo que não foi orçado para este ano. Só para custear todo o processo de desapropriações é estimado o valor de R$ 600 milhões, sendo que o orçamento de 2019 prevê R$ 3 bilhões para este fim em relação a todas as intervenções que serão realizadas neste ano.
“Naturalmente temos um contrato assinado de mais de seis anos do monotrilho que é impossível você começar uma obra com os valores que estão colocados. Eu até acompanhei que o Governo Federal estava disposto a financiar parte da obra”, disse Garcia que afirmou que o volume atual de financiamento não cobriria 7% do que é necessário para o início das intervenções.
Sobre a participação do Consórcio Vem ABC, responsável pela obra do monotrilho da linha 18, a ideia é que seus representantes sejam chamados apenas no momento em que se fechar a questão sobre o modal. Indagado sobre a possibilidade de pagar R$ 50 milhões em relação ao que já foi investido, Rodrigo Garcia se limitou a dizer que “caso esteja no direito será pago, caso contrário vamos contestar”.
Questionado sobre as falas do vice-governador, o prefeito de Santo André e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Paulo Serra (PSDB), ainda mantém o otimismo sobre o futuro da linha 18. “Sabemos que será definido pelo critério técnico e esperamos que seja escolhido um modal de alta capacidade, que pode atender aos nossos anseios”.
Além do monotrilho, o Governo do Estado também estuda a possibilidade de mudar o modal para BRT (Bus Rapid Transit), o que seria mais barato, mas que preocupa boa parte dos entes públicos é a diferença de capacidade entre os dois projetos. O monotrilho projetado teria a capacidade de levar 314 mil passageiros por dia. Não há um projeto oficial de um BRT, mas a título de comparação a TransOlímpica, no Rio de Janeiro (RJ), transporta 400 mil passageiros por dia, porém, com o dobro do tamanho para o monotrilho (26 km da TransOlímpica, contra 13 km do monotrilho).