Cerca de 2 mil pessoas trabalham nas prefeituras da região, contratadas nos programas locais de frentes de trabalho, com salário mínimo e benefícios, como cestas básicas e treinamento. O programa é dirigido aos munícipes em maior vulnerabilidade social, desempregados há mais tempo, com maior número de dependentes e outros critérios.
Na região, está em andamento seleção para 300 vagas abertas em Ribeirão Pires, cujos resultados serão divulgados na próxima semana. Cerca de 1,6 mil pessoas se candidataram às vagas. A procura foi tanta que esquema especial de atendimento foi montado no Complexo Ayrton Senna, Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) e nos CRAS Ouro Fino, Quarta Divisão e Jardim Caçula. Os participantes selecionados terão direito a bolsa-auxílio correspondente a 75% do salário mínimo nacional; cartão alimentação de R$ 100 mensais; auxílio-transporte; seguro de acidentes pessoais; uniforme e equipamentos de segurança; e qualificação profissional.
A moradora Jaqueline Gonçalves dos Santos conta que se inscreveu no programa para ter o primeiro registro na carteira profissional. “Eu trabalho, mas sem registro”, diz a jovem, que enfrenta problemas financeiros na família. “Meu marido não trabalha, tenho uma filha, moro com minha sogra e só ganho R$ 400, então não consigo manter nada… está difícil”, afirma.
A remuneração de um salário mínimo, apesar de baixa, atrai milhares de pessoas. Em Diadema, em 2017 foram três dias de filas para cadastro em uma das 200 vagas abertas naquela oportunidade para frente de trabalho. A Prefeitura informa que, atualmente, são 850 munícipes com contratos, o maior contingente da região. Os contratos têm duração de um ano, prorrogáveis por igual período. Os participantes prestam serviços de zeladoria, limpeza pública, conservação de áreas verdes e praças, manutenção dos próprios públicos municipais, limpeza e manutenção das vias públicas.
Na época do cadastro foram habilitadas 4,4 mil pessoas, 67% mulheres. Segundo a diretora de Gestão de Pessoas da Prefeitura, Mônica Garcia Póvoas, a explicação é porque em Diadema há muitas famílias cujo arrimo é a mulher. “Há também a situação em que a mulher já tem os filhos criados e precisa trabalhar, mas não tem experiência anterior”, analisa.
A diretora conta que os inscritos fazem cursos rápidos, que podem ajudar na recolocação no mercado de trabalho. São cursos de capacitação para pedreiros, azulejista, jardineiro e relacionados à beleza, como cabeleireiro e manicure. “Além disso, recebem aulas de ética e cidadania”, diz. Na cidade, há reserva de 5% do total das vagas para egressos do sistema penitenciário e 5% para portadores de necessidades especiais.
Em São Bernardo, são 264 moradores no projeto. A inscrição do programa é realizada durante todo o ano.
Situação difícil
Em Mauá, 127 pessoas realizaram a integração à frente no dia 3 de junho, quando receberam carteiras profissionais assinadas e orientações de atribuições. Rafhael Rodrigo dos Santos Souza, 21 anos, ficou de fora da Frente de Trabalho de Mauá. O jovem procura o primeiro emprego. Em casa só Rafhael e o pai estão em idade de trabalho, mas o pai, metalúrgico, está desempregado e o seguro-desemprego acabou. “A situação está muito difícil, me cadastrei para uma vaga de frentista na Central de Trabalho e Renda, e aguardo ser chamado, como sou aprendiz, o salário é pouco, R$ 700, mas ajuda porque aqui somos 5 em casa, eu dois irmãos e uma sobrinha. O dinheiro chegou a acabar”, relata.
Em Santo André, o último processo de seleção para frente de trabalho foi em setembro, a Prefeitura informou que atuam na administração através do programa 449 pessoas. Já São Caetano não possui vagas, mas provavelmente abre inscrições no segundo semestre. Rio Grande da Serra não informou.