O coordenador do MBL (Movimento Brasil Livre) de Santo André, Márcio Colombo, disse que o grupo, presente em todo o país, está fazendo panfletagem para orientar a população e pressionar os deputados pela necessidade de aprovação da Reforma da Previdência, que deve adentrar no segundo semestre do ano em trâmite. Ele também anunciou a organização de um congresso do grupo no ABC, que terá a presença de diversas personalidades do meio político e acadêmico.
“O privilégio na previdência tem que ser extinto. Defendemos a capitalização, para quem está acima do teto; seria uma poupança, a ser colocada num fundo de investimento público e (o beneficiário) poderia até escolher onde seria aplicado, ou seja um complemento que só poderia sacar após os 65 anos. A esquerda faz um estardalhaço e informa errado, por isso o MBL está indo nas ruas para explicar. Todos os nossos núcleos estão panfletando para tirar dúvidas e convencer a população de que precisamos convencer os deputados a aprovar a reforma. Vamos fazer um ato bem grande também”, disse em entrevista ao jornalista Carlos Carvalho, durante o RDTv desta segunda-feira (10/06). Durante a entrevista ele anunciou a realização do congresso do MBL no dia 13/07. “Vai ser das 9 as 19h30, um dia todo de palestras com grandes nomes de deputados, filósofos e economistas”.
Colombo também falou sobre a proximidade do MBL com o Partido Novo. Ele disse que essa não é uma regra, mas assume que há uma grande afinidade entre o movimento e a nova legenda. “A migração não é uma verdade absoluta, tem pessoas se filiando, mas isso é uma questão de afinidade. O Partido Novo busca uma renovação política e tem princípios muito próximos ao MBL”, relata o coordenador do movimento que admitiu ser um dos que recentemente assinou ficha de filiação ao Novo. “O Novo acaba atraindo pelos valores que a gente defende; eu me filiei e me sinto bem, me sinto bem recebido”.
Para Colombo são pouquíssimos partidos em que se enxerga uma visão clara do que defendem. “Todos os partidos políticos, com exceção do Novo e do PSol, não sabem o que defendem. Só que um quer levar a gente para o buraco, transformar o Brasil numa Venezuela. Nós defendemos o liberalismo econômico. No PMDB, por exemplo, você vê pessoas defendendo todo tipo de ideias, fica claro que vai por conveniência econômica. Política é ganhar espaço para a transformação da sociedade, quando a gente vê grupos políticos com o único objetivo é colher frutos pessoais, próprios e mesquinhos é a falência de uma nação”.
O coordenador do MBL relembrou a recente história do grupo que teve início em 2013 com manifestações populares nas ruas, que foram motivadas pelas investigações de corrupção e injustiça social. “Parte da sociedade se organizou e surgiram grupos como o MBL e o Vem pra Rua por uma política compromissada com o avanço do país. Candidatos eleitos pelo MBL em diversos partidos e os candidatos do Partido Novo tem ponto em comum, ganham e cortam gastos e privilégios que não fazem sentido. O Kim Kataguiri e o Vinícius Poit, por exemplo, cortaram mais da metade dos assessores, reduziram viagens, questões de segurança, auxílio moradia, carro e motorista. A melhor forma de mostrar que quer mudar é mudando o comportamento. A diferença é enorme e é através do comportamento que vamos influenciar o todo. Como um parlamentar que se dispôs a transformar se torna mini-rei cercado de privilégios enquanto as pessoas pisam na fossa, no esgoto?”, indaga.
Colombo diz que o Partido Novo deve se fortalecer no ABC nas próximas eleições municipais. “Grande fatia do eleitorado dos municípios do ABC, a tendência é que se fortaleça na medida em que vemos a conduta de cada um (parlamentar)”, finaliza.