O acúmulo de pautas na Câmara de São Bernardo que acabaram travadas por causa da não votação das contas do ex-prefeito Luiz Marinho (PT) em relação aos anos de 2015 e 2016 causa preocupação nos vereadores. Apesar do tenso momento vivido nos corredores do Legislativo, o líder de governo, Pery Cartola (PSDB), considera que exista a possibilidade de um final de semestre tranquilo, inclusive com acordos que possam beneficiar os parlamentares.
Cerca de 40 propostas estão travadas por causa das contas, sendo que apenas uma do Executivo – a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) 2020. As demais propostas são consideradas simples, desde pedidos para utilizar o plenário Tereza Delta para sessões solenes até entrega de títulos e outras homenagens, algo que até o ano passado não tinha muito espaço, mas que agora será levado em conta.
“Claro que existe uma possibilidade de acordo. Acho que até o momento não houve, pois, sempre tem um ou outro vereador que reclama da quantidade de projetos de um ou de outro que são colocadas nas tentativas de acordo, mas tenho certeza que temos clima para fechar o semestre e zerar toda a pauta. Se não for por um acordo, podemos ficar aqui até às 2h da manhã votando, não tem problema, pois, isso já aconteceu”, disse Cartola.
Desde a passagem de a passagem de Tião Mateus (PT) pelo comando do Legislativo (2013-2014), não houve mais uma sequência de sessões extraordinárias para limpar a pauta, como muito se acostumou. Nesta Legislatura, o tempo maior em plenário é algo raro, pois, as pautas urgentes (principalmente do Executivo) são votadas com uma grande velocidade, algo que permite inclusive o fim das sessões ordinárias antes do horário regimental (13h).
A Câmara de São Bernardo conta com mais três sessões até o final do semestre (nos dias 12, 19 e 26). A expectativa é que na próxima semana haja as votações das contas de Marinho e também do projeto para a audiência pública sobre a LDO 2020, ação que permitiria a votação da peça base do orçamento nas duas últimas quartas do mês. Caso não exista consenso para o julgamento do ex-prefeito, os vereadores podem ter o recesso reduzido, algo que Cartola não acredita que acontecerá.
Dificuldade
Apesar da rapidez das votações nesta Legislatura, Pery Cartola não vê que houve algum tipo de facilidade em seu trabalho como líder de governo. “É um trabalho difícil. Articulamos as coisas, mas sempre tem algo para olhar. Parece tudo fácil, mas nos bastidores sabemos que não é. Eu não escolhi ser líder de governo, depois que eu passei pela presidência, algo que achei bom, mas que não quero repetir, pensei que ficaria apenas como vereador, mas também estou como líder e vou ficar até quando os meus colegas me permitirem”, concluiu.