Nesta edição o RD mostra três exemplos do abandono público, um delas o descaso com os servidores, equipamentos e vidas, em reportagem sobre guardas civis municipais na região. Outro é o difícil acesso à turística Pedra do Elefante, em Ribeirão Pires; e por último as dificuldades em torno da destinação do lixo eletrônico, inimigo do meio ambiente e da saúde.
Enquanto os servidores incumbidos de cuidar da segurança dos equipamentos públicos e da população não se sentem atendidos nem com uniformes e viaturas, os gestores negam o cenário e falam de contratação de mais efetivo, como se o atual já não tivesse problemas suficientes. Nos anos 1990, quando as prefeituras, à época com mais recursos, optaram por atuar com segurança própria, braço até então de responsabilidade do Estado, houve quem dissesse que um dia ocorreria a municipalização da polícia. Já imaginaram como seria a polícia municipal com a atual filosofia de trabalho? Melhor não pensar. Prefeitos, segurança é uma das prioridades de qualquer governo, mas os senhores só se lembrarão disso ano que vem.
Da mesma forma é o descaso com a Pedra do Elefante, ponto turístico de Ribeirão Pires. A vocação da cidade está em jogo e também o título de Estância Turística, que traz por ano R$ 10 milhões para o município investir em infraestrutura para receber bem o turista.
Faltam investimentos, públicos e privados para cuidar do lixo eletrônico. Cada vez mais o consumismo força a sociedade a comprar novos aparelhos e os antigos vão para o lixo comum, calçadas e terrenos baldios, onde poluem com metais pesados e provocam doenças.
Quando o guarda não consegue proteger nem a si mesmo, a cidade turística afugenta visitantes e o lixo ameaça a nossa saúde é sinal de que vamos mal, muito mal. Faltam, decididamente, prioridades na gestão pública.