Ibovespa resiste às perdas em NY e fecha em alta de 0,18% com cenário político

A aversão ao risco no mercado internacional colocou um freio no bom desempenho do mercado brasileiro de ações e o Índice Bovespa por pouco não teria sustentado sua terceira alta consecutiva. O principal índice da B3 alternou sinais desde a abertura, ora com a influência negativa do exterior, ora com o clima mais otimista com as reformas no Brasil. Ao final dos negócios, o indicador marcou 96.566,55 pontos, em alta de 0,18%.

Lá fora, a inversão da curva de juros dos títulos do Tesouro americano se acentuou ainda mais, reforçando os sinais de recessão nos Estados Unidos. Os temores de desaceleração econômica foram ainda reforçados pelas tensões comerciais com a China e o alerta da Comissão Europeia sobre endividamento dos países, especialmente a Itália.

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No Brasil, a agenda política foi mais escassa, mas manteve o investidor animado com os sinais de maior empenho do governo e dos congressistas em fazer avançar a reforma da Previdência. Na máxima do dia, o Ibovespa chegou aos 96.985,83 pontos (+0,62%). Contribuíram de forma essencial para a alta os papéis do setor financeiro, que voltaram a se valorizar, refletindo queda dos juros e melhora da percepção política. Itaú Unibanco PN subiu 1,88% e Bradesco PN ganhou 1,99%.

Na mínima do dia, registrada pela manhã, o índice marcou 95.689,78 pontos (-0,73%). Na ponta vendedora, pesaram as ações de empresas de commodities, mais alinhadas aos preços das commodities no mercado internacional. Assim, Petrobras PN fechou em baixa de 1,12% e Vale ON caiu 1,09%.

“O dia foi bem negativo la fora, em meio a questões como desaceleração econômica, guerra comercial dos Estados Unidos com a China e preocupações com a Europa. Por aqui as notícias são boas, o que está fazendo a Bolsa brasileira andar na contramão do mundo neste mês”, disse Felipe Bevilacqua, economista da Levante Ideias de Investimento.

Para Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, investidores do mercado doméstico aproveitaram o dia para realizar lucros em alguns papéis. É o caso das ações do setor de consumo, que vinham reagindo às especulações sobre corte de juros. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, negou que o BC irá reduzir juros para incentivar a economia, colocando em risco o controle da inflação.

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