Mesmo faltando um mês para o final do prazo estipulado pelo governador João Doria (PSDB) para dar uma resposta em relação ao destino do projeto da linha 18-Bronze (Tamanduateí-Djalma Dutra), o assunto ainda é alvo de especulações no meio político. Nesta segunda-feira (27), o tucano negou que haverá influência política na decisão.
“Será absolutamente técnico. Não há nenhum viés político e nem pode haver. Situações de obras públicas com recurso público ou com recurso privado, ou de ambos, tem que ser o critério técnico, então a decisão será anunciada em breve e ela será tecnicamente amparada”, disse Doria durante ato de retomada de obras da linha 15-Prata (Vila Prudente-Hospital Cidade Tiradentes).
Segundo informações de fontes próximas ao comando do Palácio dos Bandeirantes a decisão está entre manter o modal como monotrilho ou alterá-lo para que possa ser transformado em uma linha de BRT (Bus Rapid Transit). O assunto gera um forte debate entre vários atores envolvidos por causa do formato e das possibilidades que poderiam gerar para empresários e os usuários.
Tema de debate há 10 anos, o apelidado ‘Metrô do ABC’ (apesar de não ser um metrô), o novo modal de transportes para a região começou a tomar forma em 2013 quando foi assinado o primeiro edital. Após problemas no texto, um novo documento foi emitido em 2014. O Consórcio Vem ABC acabou como vencedor.
A princípio as obras terminariam em 2018 com a entrega da primeira fase com 13 estações começando com a ligação com a estação Tamanduateí (linha 2-verde) passando por São Caetano, Santo André e São Bernardo até a estação Djalma Dutra, no meio do caminho entre o Paço Municipal e o Terminal Metropolitano do Ferrazopolis.
Orçada a princípio em R$ 3,5 bilhões, o projeto empacou na verba necessária para as desapropriações. Estimou-se a necessidade de investimentos de R$ 50 milhões. O Governo do Estado tentou emplacar um financiamento junto ao Governo Federal e bancos nacionais e internacionais, o que não aconteceu.
Até o momento foram gastos R$ 5 milhões com o projeto, mas sem qualquer obra efetiva sobre o assunto. Ainda há dúvidas sobre a necessidade ou não de uma nova licitação em caso de mudança de modal. Vereadores dos municípios envolvidos, deputados estaduais e o Consórcio Intermunicipal Grande ABC ainda buscam espaço no grupo de discussão.