A indústria química do ABC representa atualmente 10% do setor no Brasil e tem um peso significativo para a região, na geração de impostos, emprego e tecnologia. Em Santo André, responde por mais de 25% de receita, enquanto em Mauá o índice ultrapassa os 50%. Por isso, as empresas do setor esperam políticas públicas de segurança, saúde e lazer para a comunidade do entorno, além de ferramentais e leis que favoreçam a perenidade do Polo Petroquímico por mais 40 anos. Esse foi o recado de Luís Antônio Pazin, presidente do Cofip ABC (Comitê de Fomento Industrial do Polo Petroquímico do ABC) e diretor industrial das Unidades de Químicos da Braskem no Sudeste.
Luís Antônio Pazin esteve à frente nesta sexta-feira (24/5) de seminário do Cofip, em Santo André, em comemoração ao Dia da Indústria, celebrado neste sábado, 25 de maio. Na oportunidade, o dirigente conversou com o canal RDtv. Veja abaixo os principais trechos ou clique no vídeo.
RDtv: Qual a importância deste seminário?
Pazim: A indústria química no Brasil tem um papel e peso relevantes. Quando olhamos para o ABC ela tem uma relevância forte no ponto de vista de impostos para a comunidade, geração de empregos e de tecnologia. Somos um polo tecnológico e tenho orgulho de pertencer a ele. Então celebramos esta data.
RDtv: Quais são os números do impacto na indústria química no ABC e Brasil?
Pazim: A indústria química do ABC representa 10% do setor no Brasil, e é relevante na geração de receita dos municípios, Santo André uns 25%, e Mauá mais de 50%.
RDtv: Qual o maior desafio hoje do setor ?
Pazim: As indústrias dependem de matérias primas competitivas, aí tem o cenário internacional que a gente em de atuar. Um ponto relevante é o que chamamos de licença social de operação, é o fato de termos uma relação de sustentabilidade no local onde estamos. Sabemos que o Polo Petroquímico do ABC tem a comunidade em volta, esse é outro grande desafio. É onde temos uma gestão interna de segurança muito boa.
RDtv: O que a indústria química espera do poder público para aumentar a competitividade e sustentabilidade?
Pazim: A gente espera políticas públicas que favoreçam isso. Um ponto importante é a comunidade que está a nossa volta. Ela tem de ver que a geração de receita do Polo volta com benefício direto para a comunidade. Então, é com políticas públicas de segurança, saúde, lazer. De regiões industriais com licenças de operação, ferramentais e leis que preservem a perenidade deste Polo, para que ele possa realmente ficar por mais 40 anos.
RDtv: Qual o tema prioritário hoje nas empresas?
Pazim: Falamos de competitividade, significa questão de serviços do setor a sua volta, que precisa de políticas públicas de urbanização.
RDtv: Sobre simplificação tributária e capacitação profissional, como a indústria química vê este movimento e de que forma pode ajudar de imediato ou a médio e longo prazo?
Pazim: Ela vê de forma positiva. É uma indústria que requer mão de obra qualificada. Vejo de maneira relevante. Outro lado é a questão tributária, que precisa ser mais bem equacionada. A competitividade passa fortemente pela questão de termos condições que permitam alavancarmos uma previsibilidade muito maior e com um viés competitivo maior do que temos hoje.
RDtv: Na visão do setor químico, a reforma tributária deveria preceder à reforma da Previdência?
Pazim: Acredito que as duas são importantes, pois são condições que vão sedimentar o crescimento do País. Precisamos ter, realmente, um ponto de chegada, e isso passa por um equacionamento das nossas contas como país. Vejo as duas reformas como muito importantes para que cheguemos onde precisamos chegar.
RDtv: Se não acontecer a reforma da Previdência haverá impacto direto nas contas do setor químico?
Pazim: O impacto é positivo. Hoje dependemos do crescimento da economia para alavancarmos as vendas, e a gente vê o setor químico com um crescimento baixo, então é fundamental a reforma, hoje praticamente a gente vive em uma estagnação.
RDtv: O primeiro semestre de 2019 está melhor comparado ao primeiro do ano passado?
Pazim: Ele está praticamente igual, não vemos uma melhora.