O ABC nunca esteve tanto na agenda do governo do Estado como nos primeiros meses de 2019. Desde as enchentes em março, também durante a crise das montadoras e, agora, com o anúncio de que a região será beneficiada com a criação de polos de desenvolvimento econômico, que vai beneficiar oito setores da indústria.
A região, como uma das mais desenvolvidas do Estado, não era tão atendida em governos anteriores como agora. Os polos setoriais vão trazer avanços, principalmente, na capacitação de mão de obra, mas um treinamento, feito sob medida, à necessidade da região. As empresas poderão usufruir da capacidade de ensino do Centro Paula Souza para admitir pessoal novo, mas já adequado à necessidade. Um avanço, mas que já poderia ter sido visto faz tempo. Mas antes tarde do que nunca.
Uma pena que o empresariado esteja tão desmotivado, às vésperas do Dia da Indústria, que é sábado, 25 de maio. O desânimo não é por questões locais, mas pelo excesso de expectativa em torno do governo Jair Bolsonaro. Se esperava agilidade nas reformas, como a da Previdência, que traria credibilidade ao governo. Mas as iniciativas federais patinam no limbo político. Os empresários estão cautelosos, ao segurar investimentos e, com isso, deixado de girar a economia e criar mais empregos.
O pessimismo que toma conta da indústria num momento tão importante para o Brasil tem desanimado também outros setores que dependem da manufatura, como o de serviços e o comércio. Enfim, de todos os lados surgem críticas de que o País está parado. A iniciativa do Estado em criar uma musculosa sustentação para esses polos pode ser um alento, mas se as empresas não se sentirem seguras para investir nada vai andar. Na opinião de especialistas em economia, a agenda do governo não pode se pautar apenas na reforma da Previdência, pois ela não é a varinha mágica que vai resolver tudo.