A Câmara de São Bernardo segue sem votar as contas do ex-prefeito Luiz Marinho (PT) em relação aos anos de 2015 e 2016. Durante a sessão desta quarta-feira (22), os vereadores se dedicaram ao atendimento de munícipes. Segundo o presidente da Casa, Ramon Ramos (PDT), o debate não leva em conta questões políticas. Nos bastidores, número de parlamentares contrários ao petista está reduzindo.
O assunto chegou a ser tratado na sessão por causa da participação do advogado Clayton Coutinho que pediu ao Legislativo para votasse o mais breve possível as contas. “Existem mais 70 pautas para votação na Ordem do Dia, a Câmara deve analisar as propostas e por isso que peço que as pautas obrigatórias sejam votadas rapidamente”, disse o jurista que afirmou ser favorável à aprovação.
Pery Cartola (PSDB), líder de governo, demonstrou irritação com o pedido de celeridade na análise e já afirmou ser contra a aprovação. “Sou contra a aprovação, pois, teve falta de merenda, falta de uniformes, pessoas ficaram cegas e não se pode deixar isso de lado”, disse o tucano.
Na sequência, Antônio Carlos da Silva, o Toninho da Lanchonete (PT), reforçou o pedido de pronto julgamento das contas. “Eu acho que essa Casa precisa colocar em votação essas contas o mais rápido possível. Temos um parecer favorável do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) e temos que seguir esse caminho”.
“Essa Casa não pode demorar muito para fazer essa votação. Cada um tem sua consciência para votar”, completou Julinho Fuzari (Cidadania). Apesar dos apelos, nada de votação. Vereadores que participação da Comissão de Educação, Cultura e Esportes atenderam mães de alunos com necessidades especiais que são contra o projeto “Mães Especiais” que abre vaga para que 400 mães possam auxiliar no ensino para estes estudantes. Além disso, um grupo de moradores pedia melhora no auxílio aluguel.
Bastidores
A grande questão da Câmara continua com os votos favoráveis a reprovação das contas. Dos 19 votos necessários, a base governista conta com apenas 16. A divergência segue com a questão de reprovar contas que apresentaram parecer positivo da Corte de Contas.
Segundo Ramon Ramos não houve nenhuma reunião entre os vereadores e nem mesmo com representantes do governo. “Essa será uma questão individual e técnica. Esse tempo todo está sendo usado pelos vereadores para estudar o caso, estudar o parecer do Ministério Público que é contra a aprovação. Será algo que cada vereador vai analisar. Não há análise política”, disse o pedetista.
A intenção é que até a primeira quinzena de junho ocorra a votação das duas contas. O objetivo é fazer com que as pautas obrigatórias deixem de barrar algumas votações como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2020 que tem que passar por audiência pública e votação antes do recesso de julho.