A organização não governamental, Instituto Rodrigo Mendes, contemplou São Caetano como um dos três municípios paulistas a participar gratuitamente do projeto de formação de educadores para educação inclusiva, em 2019. Com a ação, aproximadamente 70 professores, de 14 escolas (sete de educação infantil e sete do ensino fundamental) receberão formação com implementação de estratégias pedagógicas e de gestão voltadas ao atendimento do público-alvo pelo programa Diversa Presencial Monitoramento.
De acordo com a professora da rede municipal e supervisora de inclusão na cidade, Carla Maria Luciano, o projeto foge das formações para educadores mais tradicionais, e é feito de forma horizontal, com um espaço para troca de saberes individualizada. “A ideia é que casos reais, de alunos da rede municipal, sejam discutidos e analisados de forma individual, para que os educadores encontrem soluções e saibam trabalhar com cada aluno”, explica. A formação propõe alavancar a troca de saberes e o desenvolvimento intelectual das crianças que possuam algum tipo de dificuldade.
A formação, dialógica, que é uma continuação da oferecida em 2018, contemplará inicialmente dois alunos (casos desafiadores) de cada uma das 14 escolas, que receberão monitoramento presencial. Ou seja, uma equipe pedagógica formada por representantes (diretor ou assistente de direção; orientador ou coordenador; professor de sala de aula; professor especialista em educação especial e dois educadores sendo auxiliar, servente, merendeira ou porteiro) fará encontros quinzenais para avaliar e discutir se o plano pedagógico desenvolvido vai de acordo com as necessidades do aluno monitorado. Filmagens e tarefas produzidas em sala de aula serão itens analisados nos debates para articulação de referências teóricas, diretrizes das atuais políticas públicas e realidade das escolas. Os encontros acontecem entre abril e setembro.
O objetivo do projeto e das reuniões é contribuir para que os educadores envolvidos no processo de escolarização dos estudantes da educação especial (pessoas com deficiência, transtornos do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação), em escolas comuns, possam construir conhecimento e desenvolver práticas inclusivas no dia a dia. “A ideia é analisar as dificuldades não só dos alunos, mas também dos professores para incluir os casos desafiadores no cotidiano escolar. É investir no avanço da aprendizagem e técnicas que ajudem estes alunos a se desenvolverem”, afirma a especialista.