Ibovespa cai 0,33% mas termina semana com ganho de 1,75% com foco na reforma

O Índice Bovespa se ressentiu da falta de novidades no cenário doméstico e sucumbiu a um leve movimento de realização de lucros nesta sexta-feira, 26. Na ausência de uma referência que pudesse direcionar os humores, investidores teriam preferido recolher parte dos lucros recentes, depois de uma semana de avanços no cenário político. Assim, o índice terminou o dia aos 96.236,04 pontos, com baixa de 0,33%. No acumulado da semana, no entanto, houve ganho de 1,75%.

Para Rafael Bevilacqua, estrategista da Levante Ideias de Investimento, o saldo da semana foi claramente positivo, mas o Ibovespa teve quedas sem muitas justificativas na quarta-feira e nesta sexta. Ele cita principalmente a aprovação da reforma da Previdência na CCJ da Câmara e instalação da comissão especial que dará continuidade à tramitação da proposta, com a indicação de nomes que agradaram ao mercado para presidência e relatoria do grupo. Além disso, o início da safra de balanços corporativos trouxe números positivos.

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“O ‘net’ da semana foi positivo, não apenas pelo avanço da reforma, mas também pelos resultados fortíssimos divulgados pelas empresas. Renner, Hering e Bradesco mostraram números positivos. Além disso, a Petrobras sinaliza para a venda de ativos, o que é muito bom”, afirmou o estrategista, mencionando a assinatura de três contratos de alienação de ativos da estatal, no valor total de US$ 10,3 bilhões.

Mas as ações da Petrobras foram destaque de queda no pregão, em meio a ruídos envolvendo o presidente norte-americano, Donald Trump, e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Trump afirmou que havia ligado para a Opep para interferir na política de preços do grupo, o que foi desmentido pela organização. Petrobras ON e PN terminaram o dia com perdas de 0,88% e 1,91%, respectivamente. Os preços do petróleo tiveram perdas superiores a 3%.

Entre os balanços recentes, o destaque foi o de Lojas Renner, que anunciou na quinta lucro líquido de R$ 161,6 milhões, com alta de 45% sobre o mesmo período do ano passado. O papel chegou a subir mais de 2% ao longo do pregão, mas fechou com ganho mais modesto, de 0,87%.

Com o noticiário doméstico esvaziado, o cenário internacional foi referência importante para o mercado de ações durante boa parte do dia. O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 3,2% no primeiro trimestre de 2019, bem acima do previsto. Por outro lado, dados sobre preços no país colhidos no mesmo período mostraram resultado aquém do esperado, o que manteve as dúvidas quanto ao ritmo da economia americana e a política monetária do Federal Reserve. As bolsas de Nova York iniciaram o dia em queda, mas recuperaram-se ao longo da tarde, o que contribuiu para amenizar as perdas do Ibovespa. Na mínima do dia, por volta das 15h, o Ibovespa chegou aos 95.620,12 pontos (-0,97%).

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