Ainda repercute muito o que ocorreu na sessão extraordinária que ocorreu na última quinta-feira (18), e que culminou na cassação do mandato de Atila Jacomussi (PSB). Nos bastidores da Câmara, tensão e desconfiança tomaram conta de vereadores, munícipes e demais políticos que acompanharam o segundo impeachment aprovado na história do município.
Ameaça de morte ao vereador Sinvaldo Carteiro
Logo após o anúncio do resultado da votação o vereador Sinvaldo Carteiro (DC) virou o principal alvo de xingamentos dos apoiadores de Atila. A questão ficou pior quando ameaças de morte foram ouvidas nas galerias. Policias à paisana tiveram que retirar rapidamente o legislador do plenário. Fontes próximas afirmaram que mesmo com segurança reforçada, o parlamentar foi novamente ameaçado nos corredores. 10 minutos depois retornou ao plenário e ficou por lá até o final da sessão.
Conversas ao pé do ouvido dos vereadores
Admir Jacomussi (PRP) foi o principal articulador de votos pró-Atila. Durante a sessão falava ao pé do ouvido com vários colegas de Parlamento, principalmente Sinvaldo Carteiro e Pastor José (PSDB). Logo após as falas os advogados de defesa do ainda prefeito também entregavam documentos para ajudar no poder de persuasão, algo que foi em vão, pois, Silvaldo foi favorável ao impeachment e José se absteve.
Resultado se apresentava indefinido nos bastidores
Não havia quem cravasse o resultado do julgamento. A maioria dos assessores acreditavam que Atila Jacomussi precisava de apenas mais um voto, pois, já tinha seis em sua lista de apoiadores. Logo após a sessão, o sentimento é que fizeram falta os apoios de Pastor José e Gil Miranda (PRB), sendo que este último nem participou dos trabalhos, pois, estava em viagem.
Secretários e primeira-dama deixam rapidamente a Câmara
Cinco segundos, este foi o tempo para que a então primeira-dama Andreia Rios, o braço direito de Atila, Israel Aleixo, o adjunto na chefia de Gabinete, Caio Evangelista e outros apoiadores deixassem o plenário da Câmara de Mauá logo após o 16º voto favorável ao impeachment que foi do presidente da Casa, Vanderley Cavalcante, o Neycar (SD). Lógico que a irritação era evidente na cara de todos.
Discussão entre munícipes, mas sem violência
Tanto no início da sessão extraordinária quanto no momento da votação, as galerias da Câmara de Mauá ficaram lotadas. Antes do início dos trabalhos aconteceram dois momentos mais quentes, com muito bate-boca, mas sem qualquer tipo de trabalho maior para a Guarda Civil Municipal (GCM) que conseguiu fazer toda a segurança interna e externa do local.
Impeachment sem festa
Entre os vereadores o clima era de certo espanto após a cassação. Muitos ainda tentavam fazer a leitura do que seria o futuro da cidade com a mudança definitiva do comando do Paço. Outra preocupação é a questão judicial, pois, ações são esperadas e ainda podem influenciar no resultado. A prefeita Alaíde Damo (MDB) terá certo trabalho para emplacar propostas em meio ao clima que restou após o impeachment.