Há poucos dias para o fim do prazo para o julgamento dos dois pedidos de cassação contra o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), o clima de incerteza continua o mesmo na Câmara local. Em entrevista ao RDtv, na última quarta-feira (10), o vereador Marcelo Oliveira (PT) considera que existe número suficiente de votos para aprovar o impeachment e que o chefe do Executivo não tem condições de comandar o município.
“Não há confiança da população, não há confiança dos vereadores. Nas ruas dá para perceber que são os próprios moradores que limpam a cidade, cuidam da cidade, pois não têm quem possa fazer as coisas. Dá para perceber que o Atila não tem a menor condição de comandar a cidade, infelizmente é assim”, opinou o vereador.
Internamente, o Legislativo ainda segue sem uma definição sobre os julgamentos que devem ocorrer até o dia 23. Oliveira considera que há número suficiente para aprovar os dois pedidos de cassação. Sua justificativa é o número de vereadores que aprovaram a sessão levante do dia 16 de janeiro e que aceitou os processos de impeachment é o mínimo necessário para afastar Atila definitivamente, 16, ou seja, um terço dos legisladores.
Entre as fontes mais próximas dos governistas, o número de vereadores que concederiam não aos processos varia entre quatro, o que seria insuficiente, e oito, que salvariam Atila Jacomussi por um voto. Mesmo após visitas do prefeito à sede do Legislativo, ainda não há certeza sobre seu destino político.
No cenário de cassação, automaticamente a vice-prefeita, Alaíde Damo (MDB), assumiria o cargo pela terceira vez, mas desta vez em definitivo. Neste caso, Oliveira considera que também haveria uma instabilidade política devido ao histórico das duas passagens interinas da emedebista que causaram demissões em massa.
“Eu vi funcionários sendo demitidos que tiveram de deixar a Prefeitura levados pela GCM (Guarda Civil Municipal), foi um grande absurdo”, disse o petista que apesar da desconfiança considera que os vereadores devem se unir para que algum governo possa fazer algo pela cidade.
“Vou continuar como oposição ao governo, pois sou contra o plano de governo apresentado. Não dá para aceitar o plano que pedia R$ 200 milhões a mais por ano no orçamento para sair, sendo que não teria esse dinheiro. Mesmo assim temos que nos unir, os vereadores têm de debater todos os assuntos para que possam avançar. Estou fazendo isso com a comissão (CEI – Comissão Especial de Inquérito) da água”, explicou o vereador.
A comissão, que é equivalente a uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), investiga os investimentos na distribuição de água realizados pela Sama (Saneamento Básico de Mauá) e também busca um caminho para a dívida entre a autarquia municipal e a Sabesp que está estimada em R$ 2 bilhões.