Durante a inauguração da Linha 5-Lilás do Metrô, nesta segunda-feira (08/04), o governador João Doria (PSDB), declarou o modelo proposto para a construção da Linha 18-Bronze (Tamanduateí-Djalma Dutra), que ligará o ABC a Capital, foi um “erro” e confirmou que haverá uma mudança de formato para a obra, mas ainda não se fala em mudança de modal.
Questionado pelo jornalista Adamo Bazani, responsável pelo site Diário do Transporte, o tucano afirmou que um dos principais problemas para viabilizar o monotrilho apelidado de “Metrô do ABC” são as desapropriações que custariam R$ 600 milhões. Segundo o último levantamento feito pelo Estado, o equipamento custaria R$ 5,7 bilhões, por isso se pensa em um novo formato.
“Importante registrar que nós vamos modificar esse formato. Houve um erro, ao nosso ver, do governo que nos antecedeu, mas ao invés de ficar aqui apenas culpando o passado, vamos tratar de encontrar soluções para o presente e o futuro. Nós teremos um outro formato que não vai exigir R$ 600 milhões de pagamento para indenizações por desapropriações, até porque isso é inviável, nós não temos recursos no orçamento para essa finalidade. Então esse planejamento que o secretário (de Transportes Metropolitanos, Alexandre) Baldy tem conduzido será apresentado em breve para que a nova solução a ser apresentada ela seja conclusiva, e não uma opção inviável e que gere apenas expectativas e não fatos reais e concretos (sic)”, disse o governador.
Desde março, o Governo do Estado estuda novas possibilidades de viabilizar tal construção, principalmente pelo fato de ter expirado o decreto de utilidade pública que seria utilizado para as desapropriações, ou seja, há um impeditivo para o início da obra.
“Faltou um ato em novembro do ano passado por parte do Governo do Estado. Faltam recursos que não foram empenhados pelo governo no ano anterior ao orçamento em mais de R$ 600 milhões somente para desapropriações e para aparte do governo que são as obras. Então faltou planejamento, faltou ação e é claro que agora nós responderemos com as alternativas e os estudos necessários para que nós possamos fazer o melhor transporte público para a população’, disse Baldy.
Segundo Bazani, internamente o comando do Palácio dos Bandeirantes vê o monotrilho da Linha 18-Bronze como um “erro”. A mudança de modal é estudada. “O Governo do Estado quer o pragmatismo, quer uma solução rápida para atender a demanda prevista”, disse o jornalista.
Confira nota do Consórcio sobre o futuro da linha 18-Bronze
O Consórcio Intermunicipal Grande ABC, financiado pelas prefeituras da região para desenvolver projetos regionais, reivindica participação no grupo de trabalho montado pelo Governo do Estado para discussões sobre qual deve ser o melhor modal de transporte público a ser implementado no traçado previsto a linha 18-Bronze do Metrô, atualmente previsto para ter sistema de monotrilho. Nesta segunda-feira (8/4), o governador João Doria declarou à imprensa que “vai modificar” o projeto – já foi cogitado o sistema BRT (Transporte Rápido por Ônibus) em outra declaração recente.
A linha 18-Bronze é tratada pelo Consórcio como uma das prioridades para a Mobilidade Urbana da região e uma das principais demandas pleiteadas junto ao Governo do Estado. Tanto é que o projeto consta na lista de pedidos dos municípios do ABC entregue em mãos ao governador João Doria pelos sete prefeitos, no início do mês passado.
Oficialmente, o Consórcio ainda não foi informado sobre qualquer alteração no projeto. No entanto, a entidade regional quer participar dos estudos que apontarão qual o melhor modal a ser implementado no traçado. A Assembleia Geral dos Prefeitos que será realizada nesta terça-feira (9/4) irá apresentar dois nomes para ocuparem cadeiras no grupo montado pelo Governo do Estado para discussões técnicas sobre o futuro da linha 18-Bronze, sendo um deles o presidente do Consórcio e prefeito de Santo André, Paulo Serra, além de um técnico integrante do Grupo de Trabalho (GT) Mobilidade Urbana.