O Consórcio Intermunicipal Grande ABC terá Serviço Regional de Educação e Responsabilização Para Homens Autores de Violência Contra Mulheres do Grande ABC (SerH ABC). O Grupo de Trabalho Gênero e Masculinidades da entidade regional reuniu-se nesta quarta-feira (27) com o psicólogo Flavio Urra, idealizador do programa E Agora, José?, de Santo André, grupo socioeducativo que trabalha na reeducação psicológica e social de homens acusados de agressões contra mulheres, e só falta formalizar o serviço o que deve acontecer na próxima assembleia de prefeitos.
A equipe responsável pelo atendimento será formada por servidores públicos das cidades e do Consórcio e é composta por psicólogos, assistentes sociais, educadores sociais e operadores administrativos. O projeto prevê a realização de 20 encontros por turma, que serão realizados uma vez por semana, com duração de duas horas cada, tendo, inicialmente, 20 participantes em cada grupo.
Os autores de violência são encaminhados pelo Judiciário das sete cidades ao SerH ABC, com base na Lei Maria da Penha, que estipula a participação do acusado em sessões de reeducação psicológica e social como parte da pena imposta pelo juiz. Somente em Santo André existe uma fila de espera de aproximadamente 40 homens que aguardam para participar do serviço. “A previsão é que seja um serviço para reeducação psicológica e social de homens que respondem processos de agressão contra mulheres. Entre as metodologias que serão aplicadas estão entrevista inicial com uso de estratégias capazes de diminuir a resistência para admitir a agressão e o machismo; e pesquisa da história individual, levantando aspectos de sua vida de criança, adolescente e de sua família de origem, entre outras estratégias”, explica a coordenadora de Programas e Projetos, Maria Gracely Batista Marques, a Graça.
A coordenadora acredita que o serviço vai contribuir diretamente para a redução dos casos de violência contra a mulher. “O objetivo é desconstruir a cultura de violência contra a mulher diretamente onde está a raiz do problema, que é a cabeça do homem machista”.
O Consórcio já mantém desde 2003 o Programa Casa Abrigo, que acolhe mulheres em situação de violência doméstica e familiar, com risco iminente de morte, e filhos e filhas menores de 18 anos em duas casas com endereço totalmente sigiloso. Além da proteção, os abrigos oferecem atendimento psicossocial, de saúde, geração de emprego e encaminhamento jurídico às mulheres.