Mesmo sem qualquer tipo de ação oficial, a ideia da criação de um fundo para acumular verbas para a construção de uma nova sede para a Câmara de Diadema causou polêmica na cidade nesta quinta-feira (28). Marcos Michels (PSB), autor da proposta, afirmou que a intenção é melhorar o acesso e fazer com que o Legislativo tenha um local na qual seja proprietário. Nos bastidores, vereadores demonstram irritação com a ideia.
A proposta era de conhecimento apenas de vereadores e assessores mais próximos, porém, vazou para munícipes que espalharam a informação nos principais grupos de moradores nas redes sociais. Marcos relatou que a ideia é que parte do orçamento da Casa não utilizado e que volta para os cofres da Prefeitura seja utilizado como aporte para este fundo. “A ideia do fundo é que para que no futuro, lá na frente, depois de alguns anos possa se construir nova Casa”, diz o vereador.
A inspiração foi em ações que ocorreram em outros municípios, como Curitiba. A capital paranaense aprovou o Fundo Especial para a Câmara (FEC), em 2009. A intenção é que a verba arrecadada ao longo de anos fosse utilizada apenas no momento em que o projeto de uma nova sede para o Legislativo estivesse pronto.
Até junho de 2016, este FEC angariou R$ 58,5 milhões. Um acordo foi feito para que o montante fosse devolvido ao Executivo que, em contrapartida, faria a construção da nova sede, porém, nova propositura foi aprovada e a obra acabou abortada.
Para Marcos Michels, a construção de uma nova sede faria com que o atual prédio fosse devolvido para a Prefeitura para que fizesse algum novo equipamento ou mesmo vendesse o local. “Temos problemas de acesso e o prédio não está em boas condições para atender os munícipes. Podemos, não estou dizendo que é esse o projeto, mas poderíamos ter uma sede próxima da Prefeitura, por exemplo”, explicou.
Bastidores
A divulgação da ideia irritou o meio político da cidade, principalmente alguns dos vereadores aliados que não gostaram da proposta e consideram que o fundo não é a prioridade para a cidade no momento, até por causa de sua origem, verbas que são devolvidas ao Executivo e que podem virar investimentos em várias áreas.
A reportagem abordou o atual presidente da Câmara de Diadema, Revelino Teixeira de Almeida, o Pretinho do Água Santa (DEM), sobre o assunto, mas o democrata não quis falar sobre assunto alegando que o RD já tinha conversado com o autor da ideia. A expectativa é que a mesma seja evitada até uma melhora da economia da cidade.