O 6° Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) do Estado deve ser inaugurado pelo govenador João Doria (PSDB) no próximo dia 12 de abril. A estratégia do governo é montar esses pelotões especializados – um por região -, porém, no ABC a ação já apresenta desfalques. Cada batalhão cedeu equipes de suas Forças Táticas para formar o Baep.
Oficialmente a Secretaria de Segurança Pública do Estado não admite o desfalque. Em nota, o órgão informa que não houve desmonte das Forças Táticas. “A Polícia Militar esclarece que não foram desfeitas as Companhias de Força Tática dos Batalhões para a Criação do 6º Batalhão de Ações Especiais de Polícia. O combate à criminalidade e o reforço no policiamento são compromissos da atual gestão. A criação de mais unidades não compromete as ações de policiamento, que continuam a contar com todo o suporte e estrutura já existente na região”.
Um policial militar contou ao RD, com o compromisso de não ter seu nome divulgado, que a estratégia é que cada batalhão ceda equipes de Força Tática para a formação do Baep. “Todos os batalhões da PM perderam equipes de Força Tática, uns mais outros menos. Em média foram duas equipes de cada batalhão. Eu soube que em Diadema eram seis equipes, agora vão ficar apenas duas”, comenta.
Em Diadema quem começou uma mobilização contra a medida é o vereador Marcos Michels (PSB). Em 2017, o parlamentar iniciou trabalho de coleta de assinaturas para que Diadema tivesse mais uma companhia da PM. Hoje o 24° Batalhão da PM, que atua na cidade conta com três companhias e mais a Força Tática. “Reunimos mais de 30 mil assinaturas para pedir mais uma companhia e, ao contrário do que pedimos, o governo tira policiais da cidade”, reclama o socialista.
Michels discursou durante a Sessão Legislativa sobre o assunto e denunciou que 51 policiais militares já deixaram Diadema. “Eu estive na sede da Força Tática segunda-feira (18) e tinha apenas uma viatura para servir a cidade toda. Há 30 dias eram 6 viaturas com três policiais cada. Já faz mais de 35 dias que esses policiais saíram de Diadema e fazem o curso para o Baep. Eu não vi vantagem nisso. Não sou contra o Baep se fosse mantido o efetivo dos batalhões. Do jeito que estão os números de roubos e furtos na cidade vão aumentar”, comenta. Michels diz ainda que o 22° Batalhão, que atua na divisa de Diadema com São Paulo, também perdeu cerca de 50 policiais.
O vereador também esteve quarta-feira (20) na Assembleia Legislativa para levar sua preocupação aos deputados estaduais. “Obtive apoio de vários deputados”, afirma.