Paixão de muita gente, o chocolate se tornou mais do que uma guloseima, é também a principal aposta e fonte de renda para muita gente. Quem trabalha com confecção de ovos caseiros e doces feitos à mão garante que somente no período de Páscoa, quando se celebra a ressurreição de Jesus Cristo, a venda de derivados chega a triplicar, o que garante incremento de pelo menos 60% no caixa.
Para as professoras de confeitaria e chocolateiras, os cursos para produção de doces, principalmente nesta época, são os mais procurados por desempregados e de quem procura recolocação no mercado de trabalho, porque em apenas quatro horas é possível aprender o básico para colocar a mão na massa.
Segundo a professora Débora Tatiana Ernestina da Silva, proprietária do Ateliê Flor de Trigo, em Mauá, as aulas de ovos de Páscoa ensinam desde versões simples, como o ovo de chocolate ao leite tradicional até os mais sofisticados, como os ovos de colher gourmetizados e trufados, em sabores e combinações inusitadas. “O chocolate é um ingrediente bem sensível para se trabalhar, mas com algumas aulas se pega o jeito”, garante Débora.
No ateliê, localizado no Parque da Américas, os cursos de confeitaria variam de R$ 60 a R$ 100, a depender dos dias que participar, já com matéria prima e avental inclusos. Para os que já possuem conhecimento, há cursos profissionalizantes de confeitaria, doces finos e panificação. O telefone é 95850-5160.
Desempregada, Raquel Siqueira de Lima, se inscreveu no curso de Débora e aperfeiçoou a arte. “Achava que sabia fazer bolo, mas aprendi muita coisa, e então mudei toda minha maneira de preparo”, conta. Após participar da oficina de ovos de Páscoa, Raquel se prepara para as primeiras vendas “Minha expectativa é vender pelo menos 30 ovos”, diz Raquel, que oferece unidades de 250 gramas a partir de R$ 30.
Renda
Na visão da culinarista Debora Corazzari, que ministra curso de ovos de Páscoa há 14 anos na loja Damico Festas, em São Bernardo, o curso é uma excelente saída para empreender, porque após adquirir prática na confecção a produção dos doces requer apenas 2/3 do investimento.
Debora conta que os fabricantes triplicam o valor gasto para o processo do produto, mas ainda assim fica abaixo do preço dos industrializados. Na prática, diz, o primeiro terço do valor cobre o gasto de ingredientes, o segundo os insumos e embalagens e o terceiro é o ganho efetivo de quem produz o doce. “Por isso, em épocas de muitos pedidos, como a Páscoa e em agosto, quando o consumo é maior por conta do inverno, o retorno é bem melhor”, acrescenta.
Assim, um ovo de Páscoa tradicional de 500g, em que o produtor gastaria R$ 19 com a confecção, é possível ter retorno de R$ 57, e ainda assim revender por um preço inferior aos industrializados.
Ovo de colher é uma das apostas
Assim como aconteceu em 2018, quando os ovos menores se destacaram, Debora Corazzari acredita que este ano os ovos de chocolate menores, preferencialmente de colher (150g), e lembranças como bombons, trufas e pães de mel terão maior saída. Entre as opções citadas, os clientes podem encontrar doces que variam de R$ 3,50 a R$ 50, de acordo com a decoração e recheio.
No período de Páscoa, quem visitar a Damico, em São Bernardo, pode aproveitar e ter consultorias com Débora, que além de ministrar cursos de culinária na loja, tira dúvida de clientes.
“Aproveitamos para mostrar os produtos da loja e ainda para dar algumas dicas para quem quer fazer ovos caseiros”, diz. No cronograma da Damico estão previstas aulas nos dias 6 e 13 de abril. A programação pode ser obtida pelo telefone 4330-0219.
Em 2017, a moradora do Jardim Yrajá, em São Bernardo, Bruna Rios de Oliveira, participou do curso de ovos e passou a produzir os próprios doces. “Mesmo sendo em cima da hora consegui uma média bem legal, em uma semana vendi 60 ovos”, diz. Neste ano, Bruna distribuiu a tabela com antecedência e espera vender a mesma quantidade.