Por pedido do advogado Daniel Bialski, o Tribunal Regional Federal da 3ª região (TRF-3) adiou o julgamento do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), que aconteceria nesta quinta-feira (21), na Capital. O socialista seria julgado pelo que foi apresentado na operação Prato Feito, da Polícia Federal, decretada no ano passado e que culminou na prisão do chefe do Executivo por 37 dias.
Bialski pediu o adiamento do julgamento porque no mesmo horário um outro cliente (de nome não revelado) também seria julgado. O pedido acabou aceito e ainda não há uma nova data para a avaliação das acusações contra Jacomussi.
A operação Prato Feito investigou suposto esquema de desvio de verbas que seriam destinadas para a merenda escolar. A princípio, valores que seriam pagos para empresas que venceram licitações para fornecer a alimentação aos alunos pagariam propina para políticos.
Em Mauá, a investigação aponta escutas telefônicas que teoricamente indicam que empresários pagaram propinas para Atila Jacomussi e que as negociações aconteciam com um suposto intermediário, no caso, o ex-secretário de Governo e de Transportes, João Gaspar (PCdoB), ainda na época em que Jacomussi era deputado estadual e Gaspar seu assessor. Tudo isso para que tais empresas tivessem vantagem em licitações para a compra de merendas.
A defesa do prefeito mauaense afirma que como a merenda escolar na cidade é realizada pela própria Prefeitura, ou seja, não há contratos com empresas, então mão teria como acontecer algum esquema de corrupção.
No dia 9 de maio de 2018, dia da prisão de Atila e Gaspar, foram achados R$ 87 mil em espécie na casa do prefeito – que o mesmo alega ser dinheiro oriundo de pagamento de alugueis, e R$ 588.417, US$ 1,3 mil e 2.985 euros na casa do ex-secretário. Além disso, algumas agendas foram encontradas no apartamento de João Gaspar.
Segunda fase
As agendas encontradas foram utilizadas como base para nova operação, a Trato Feito, que desta vez focava a cidade de Mauá e que investiga um suposto esquema de corrupção que envolveria Atila Jacomussi, João Gaspar, 21 vereadores, um suplente e empresários. Tal situação causou nova prisão do prefeito e do ex-secretário, que ficaram 64 dias encarcerados.
A prisão também culminou nos dois pedidos de cassação contra o chefe do Executivo, um por vacância do cargo e outro por quebra de decoro, ou seja, por aquilo que foi apresentado pelos investigadores nesta segunda fase da operação. A expectativa é que em abril ocorram os dois julgamentos no Legislativo.