A Metra, empresa responsável pelo transporte coletivo que percorre o Corredor ABD, entregou nesta quarta-feira (20), 25 novos ônibus articulados que serão utilizados na linha 376 (Diadema-Brooklin). A empresa articula para renovar outra parte da frota até o fim do ano e também a modernização do corredor para se adaptar aos novos veículos, que vão substituir 22 ônibus antigos e com menor capacidade de transporte de passageiros.
Os novos ônibus podem transportar 154 passageiros, sendo 53 sentados e 101 em pé. Além disso, contam com ar-condicionado, suspensão pneumática, transmissão eletrônica, wi-fi e carregador USB. São totalmente acessíveis, com plataforma elevatória dos dois lados da carroceria, uma vez que a operação se dará pela porta direita e esquerda. Têm carroceria Caio Millenium BRT, chassi articulado Volvo B340M 6X2 de 20,55 metros, com motor eletrônico Volvo DH12E de 340 cv de potência. O investimento foi de R$ 25 milhões.
“Esperamos ter pelo menos 30% de capacidade de passageiros com todo o conforto, com todos os itens necessários para este serviço”, disse a diretora da Metra, Maria Beatriz Setti Braga, ao afirmar que até dezembro novos veículos serão entregues para outras linhas e que está em estudo nova modalidade de ônibus para o Corredor ABD.
“Dei um prazo para o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, para que até 31 de dezembro de 2024 todos os ônibus tenham wi-fi, entrada USB, ar-condicionado, acentos anatômicos. É obrigação do Estado, junto com as concessionárias, dar melhor conforto e agilidade para o transporte público”, disse o governador João Doria (PSDB), durante a entrega dos veículos.
Reforma do Corredor ABD
Outro objetivo da Metra é emplacar junto ao governo do Estado o projeto de reforma do Corredor ABD. Trinta anos após a inauguração, a via que liga a Capital com Diadema, São Bernardo e Santo André não foi adaptado aos mais novos ônibus e trólebus. Boa parte dos veículos tem entre 21 e 23 metros, o que causa certo percalço no desembarque dos passageiros, pois a maioria das plataformas tem um tamanho menor. O corredor foi projetado para veículos de 11 metros
“É um corredor que tem algumas reformas para ser feitas depois de 30 anos. Então, nós queremos a cobrança desembarcada. Nós temos veículos moderníssimos e um corredor antigo”, criticou Beatriz Braga.
A tarifa desembarcada já existe em cidades que contam com o modal BRT (Bus Rapid Transport) como Curitiba (PR) e Bogotá (Colômbia). Nestes casos, o pagamento é feito antes do passageiro ter acesso ao ônibus, o que pode evitar filas antes das catracas. O assunto chegou a ser pauta da campanha do governador João Doria (PSDB), em 2016, quando foi eleito prefeito de São Paulo.
Além da reforma do corredor, a Metra quer resolver os pontos em que o os trólebus dividem a via com os carros, situação que acontece no entorno do Paço de São Bernardo. Neste caso, Beatriz afirmou que já iniciou conversas com a Prefeitura para tentar resolver o assunto.
A empresária não revelou qual será o tamanho do investimento para a reforma, mas salientou que a responsabilidade é da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e do governo do Estado. “Estamos estudando os investimentos que serão realizados nos corredores e também em todos os modais de transporte do Estado. Vão ser anunciados investimentos para os próximos 45 meses”, disse Baldy sobre o assunto.