Com parecer negativo do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), mas com relatório positivo da comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, as contas do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), em relação ao ano de 2012 foram aprovadas por 15 votos a 4, durante a sessão ordinária desta terça-feira (12).
Mesmo com a participação de munícipes contrários a aprovação das contas nas galerias do Legislativo, a maioria dos vereadores, pertencentes a base de Auricchio, resolveram votar favoravelmente ao relatório da comissão do Legislativo. Apenas César Oliva e Ubiratan Figueiredo (ambos do PR), e Chico Bento e Jander Lira (ambos do PP) votaram de forma contrária.
A votação teve momentos de tensão. Jander Lira pediu vistas do processo por uma sessão, mas foi rejeitada pela maioria da Casa. Na sequência, o educador insistiu em encaminhar a votação, mesmo com o processo de voto em curso. Lira criticou Auricchio com base no apontamento paralelo feito por Ubiratan Figueiredo.
“Foram gastos, por exemplo, R$ 12 milhões em publicidade. Só para se ter uma ideia, naquele ano tinha 1,3 mil bolsas de estudo na USCS (Universidade Municipal de São Caetano), o que demandava investimentos de R$ 6 milhões. Ele matou as bolsas de estudo e deixou para o próximo prefeito pagar”, explicou Lira.
Em resposta, o líder de governo, Tite Campanella (PPS), rebateu os números apontados pelos oposicionistas e também aos integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) que estavam no local protestando. “A extrema direita não está acostumada a debater, são novos nisso. O que está se fazendo aqui é um debate político, estão querendo antecipar as eleições de 2020 e isso não vai acontecer”, afirmou.
Relembrando
Essas mesmas contas foram rejeitadas pelo Legislativo, em 2015. Após polêmica votação. Na época, o grupo ligado ao então prefeito Paulo Pinheiro tinha a maioria na Casa. Auricchio conseguiu anular a sessão na Justiça e assim conseguiu ter condições para disputar o pleito de 2016 no qual saiu vencedor. No ano passado, o TCE-SP manteve o parecer negativo que acabou rejeitado pela Câmara.