Principal ponto de questionamento no final do ano passado, as Casas Abrigo, equipamentos voltados para mulheres em situação de alto risco de violência, continuaram seu trabalho normalmente, mesmo com a reorganização orçamentária do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, em entrevista ao RDtv, nesta sexta-feira (8), as integrantes do conselho das Casas Abrigo, Elisângela Braga e Maria Aparecida, falaram sobre a importância deste trabalho e sobre as necessidade de passar informação para ajudar no combate a violência contra a mulher.
“Mantemos a mesma qualidade do serviço, não houve qualquer tipo de alteração. É um serviço muito importante para a região e conseguimos manter apesar das mudanças financeiras”, explicou Maria Aparecida. Existentes desde 2003, as Casas Abrigo já ajudaram 1.150 mulheres vítimas de violência doméstica e mais de 2 mil crianças e adolescentes que acompanharam suas mães nestes equipamentos.
O equipamento é sigiloso e não tem qualquer tipo de identificação, pois, as mulheres que são atendidas (no total são 40 vagas) foram identificadas com o risco eminente de morte caso não tivessem a proteção adequada, algo que é descoberto após avaliação dos Centros de Referência das cidades que avaliam cada caso.
“A nossa avaliação é que quando uma mulher chega ao abrigamento ou infelizmente acontece a situação do feminicídio, é que de alguma maneira houve a falha da rede de proteção, pois a mulher era precisa ter um acompanhando de toda a rede de serviços como Educação, Trabalho e Renda, Saúde e Segurança”, disse Elisângela.
Apesar do reconhecido trabalho realizado, para as conselheiras ainda existem muitos passos para avançar na questão do combate a violência contra a mulher, principalmente em torno da divulgação da informação a partir da melhora de políticas públicas, por exemplo, a instituição de cartilhas que mostrem como se portar diante de um possível agressor ou mesmo informando como acessar a rede pública e obter a devida proteção.
Além disso, defendem que haja na região uma casa de passagem, um local com serviços voltados para mulheres que tem algum tipo de risco, mas com uma maior flexibilização em comparação com as Casas Abrigo. Oficialmente não há um projeto do tipo no ABC voltado para essa situação.