A igualdade de direitos, condições de trabalho e salários da mulher em relação ao homem é luta que só começa e que já seria suficientemente difícil sem os preconceitos e as mais diferentes formas de violência. Nesta edição, o RD mostra o papel da mulher em diversos segmentos, da cultura à política. Mais do que uma homenagem, o trabalho mostra que, apesar de as leis protegerem o sexo frágil, da consciência política no País não permitir mais retrocessos, a realidade feminina, principalmente no campo do trabalho ainda é dura.
Uma mulher tem de provar duas vezes que é capaz de realizar as funções que lhe são atribuídas, uma pela capacidade técnica e outra para se equiparar ao padrão masculino. Superar o machismo, inerente à sociedade brasileira, está enraizado e infelizmente ainda é a principal barreira para o avanço feminino.
As histórias de superação estão presentes, numa entrevista com delegada, no relato de empresária que se tornou presidente de associação comercial e nos dizeres da advogada e pesquisadora que sofreu discriminação no ambiente de trabalho. Esses exemplos de sucesso mostram que a mulher pode, e precisa, chegar a qualquer posição profissional e deve inspirar profissionais a lutarem, denunciarem todas as formas de abuso e preconceitos.
A participação na política é outro lado desta realidade. É pequena ainda a presença das mulheres nos poderes Legislativo e Executivo. Exemplo é que o ABC elegeu em outubro apenas uma mulher. A solução para este quadro, segundo depoimento de parlamentares ouvidas pelo RD, está na maior participação delas na política. Só assim as decisões que beneficiam a mulher vão sair do papel.
Os homens não devem enxergar as mulheres como adversárias, pois a nossa sociedade não permite mais que ela seja vista apenas como o feminino de homem (como alguns dicionários) ou como mera coadjuvante. Será o dia em que o ditado vai mudar: “Ao lado uma grande mulher tem sempre um grande homem”.