Uma análise feita na USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) sobre a qualidade das águas do rio Paraopeba, atingido pelos rejeitos da barragem de Brumadinho (MG) vai balizar os estudos da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) no Congresso que apura a tragédia e os efeitos dela no meio ambiente. A pesquisadora Marta Marcondes, professora da universidade, foi ao local da tragédia a convite da Fundação Mata Atlântica para analisar a qualidade da água do rio que percorre diversas cidades mineiras.
“Fiz parte de uma expedição que percorreu 300 quilômetros do Paraopeba colhendo amostras. O rio foi seriamente afetado com os rejeitos da barragem da Vale, o que nós consideramos um crime ambiental. Hoje viemos trazer o relatório técnico e os resultados da nossa expedição para os deputados da CPMI. A ideia é que se criasse uma comissão dentro da CPMI só para avaliar o que está acontecendo nas barragens”, disse Marta.
A Fundação SOS Mata Atlântica recolheu amostras em 22 pontos do Paraopeba e, depois da análise feita em São Caetano, definiu que o rio está morrendo e que a água está imprópria para qualquer atividade. “Das 22 amostras 10 estavam ruins e 12 estavam péssimas. A nossa avaliação é que esta água não pode ser usada para nenhum tipo de atividade humana ou animal”, disse. O estudo detectou ainda a presença de metais pesados na água como ferro, cromo, cobre e manganês, além de bactérias oriundas da decomposição de matéria orgânica que são nocivas à saúde.