Os ex-funcionários da Demax Serviços e Comércio LTDA não conseguiram se cadastrar para uma das 303 novas vagas de emprego no Centro Público de Trabalho e Renda (CPTR), de Mauá, nesta quarta-feira (27). As oportunidades voltadas à limpeza e jardinagem geraram fila desde as 19 horas do dia 26, após o prefeito Atila Jacomussi (PSB) divulgar as oportunidades no Facebook.
De acordo com Michele Aparecida da Silva, de 22 anos, os moradores que estavam na fila foram avisados de que as vagas disponíveis não poderiam ser ocupadas por ex-funcionários da empresa em questão. “A gente chegou cedo, após avisarem que conseguiríamos nos cadastrar para a nova empresa, chegamos aqui e falaram outra coisa”, completou a moradora do Itapark, que foi demitida há 15 dias, e não conseguiu realizar o cadastro.
Outro caso foi com a moradora da Vila Magini, Lindalva da Silva, de 53 anos, também desempregada há 15 dias, relatou que foi informada ao chegar ao local de que as vagas não estariam disponíveis aos ex-funcionários. “Cheguei na fila e já me avisaram de que eu não poderia por ser ex-funcionária da Demax”, relatou Lindalva.
A também moradora da Vila Magini, Raquel dos Santos, de 55 anos, chegou as 7h30 no local e às 8 horas foi informada de que as senhas tinham acabado, foi embora, mas decidiu voltar e tentar uma das vagas disponíveis. “Quero um trabalho com registro, a gente que é de mais idade também precisa”, declarou Raquel.
Respostas
A Asservo negou que houvesse qualquer tipo de impeditivo para ex-funcionários da Demax tivessem acesso ao processo seletivo. A Prefeitura de Mauá afirmou que o problema é a falta da carteira de trabalho, uma das documentações exigidas para a seleção no CPTR. As reclamantes, que foram até a Prefeitura, receberam a informação do secretário de Administração, Marcos Maluf, de que poderiam pedir a segunda via do documento para fazer o cadastramento.
Segundo Michele, a Demax só vai liberar a carteira de trabalho após o dia 7 de março. Tentamos contato com a empresa, porém, o número exposto em seu site acaba caindo no sistema da Clínica Ceman (Centro Médico Andrade), em Mogi das Cruzes.
A Demax é uma das empresas que são investigadas pela Polícia Federal, na Operação Trato Feito, que analisa um suposto esquema de corrupção envolvendo empresários, assessores e o prefeito Atila Jacomussi (PSB).
Oportunidade
Apesar do ocorrido, muitos moradores saíram felizes do local após conseguirem se cadastrar e agendar entrevistas com a Asservo, empresa contratante. Foi o caso de Marisa da Silva Ferreira, de 29 anos, desempregada há um ano, chegou cedo para conseguir uma oportunidade, estava no local desde às 5h da manhã em busca do que tivesse. “Fui encaminhada para auxiliar de limpeza, mas eu não quis escolher, o que eu encontrasse de função estava ótimo”, finalizou.
Os amigos Mateus da Cruz, de 19 anos, e Thiago Gabriel da Silva, de 21 anos, também ficaram felizes ao serem encaminhados para entrevistas. Em busca de um emprego com registro em carteira, os jovens chegaram às 4h30 da manhã no local. “A fila dava volta no quarteirão, já estava quase dando mais uma volta, ainda bem que chegamos cedo”, declarou Thiago.
(Informações: Carlos Carvalho e Fernando Scerveninas)