O prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), retornou ao cargo na tarde desta segunda-feira (18), após 67 dias longe do comando do Paço. Durante sua primeira entrevista após a posse, o socialista afirmou que está “tranquilo” com os dois processos de cassação que estão em avaliação na Câmara e que a acusação de participação em um suposto esquema de corrupção é consequência de “perseguição política”.
Repetindo a cada momento que acredita em Deus e na Justiça, Jacomussi reafirmou que o suposto esquema de corrupção envolvendo empresários da cidade e vereadores “nunca existiu”. “Até desafio a Justiça a vir aqui e provar que houve alguma coisa. Falaram primeiro que houve corrupção nas merendas escolares. Eles têm que provar se aqui existia uma empresa terceirizada ou se existia um fornecimento próprio. Aqui a cidade tinha seu próprio sistema para a merenda”.
“Depois disseram que houve problemas com a questão da compra de kits de uniforme escolar, disseram que eu comprei 48 mil kits, mas na verdade compramos 40 mil kits, todos com o preço muito abaixo do que o gasto nas gestões anteriores. Também falaram da empresa, mas não pagamos a empresa, então como existiu o esquema?”, questionou o socialista.
Sobre os processos de cassação, Jacomussi repetiu o que já foi indicado pela seus advogados no caso, de que não houve vacância no cargo, ou seja, que não ficou mais 15 dias longe do cargo por vontade própria, e que não houve que sobre a questão da quebra de decoro, disse novamente que não houve qualquer tipo de esquema.
Nesta terça-feira (19), a Câmara de Mauá avaliará o relatório parcial da comissão processante que avalia a acusação de vacância e que na semana passada negou o pedido da defesa do chefe do Executivo de cancelar a ação. Também existe a expectativa de votação de outro texto parcial sobre a acusação de quebra de decoro com base nas acusações realizadas pela Polícia Federal (PF), na deflagração da Operação Trato Feito.
Governo
Atila Jacomussi afirmou que vai se reunir com o seu “núcleo duro” para tratar sobre os possíveis nomes que vão compor o seu governo, principalmente após o pedido coletivo feito por boa parte dos aliados da vice-prefeita, Alaíde Damo (MDB), conforme antecipado pelo RDtv. Três secretários, três secretários adjuntos e a chefe de gabinete, Erenita Rodrigues pediram para sair.
Até o momento o único nome confirmado foi de Silvia Prin Grecco, titular na pasta de Promoção Social. A expectativa é que alguns nomes próximos de Atila tenham seu retorno ao primeiro escalão confirmados nos próximos dias como o ex-secretário de Governo Israel Aleixo e a primeira-dama, Andreia Rolim Rios, que comandava a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres.
O prefeito mauaense também afirmou que vai avaliar os aumentos realizados nas alíquotas do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), do CIP (Contribuição de Iluminação Pública) e a tarifa do transporte público, sendo este último com a possibilidade de redução e também do retorno do passe livre estudantil e as gratuidades que foram retiradas.