A volta de Diadema ao Consórcio Intermunicipal Grande ABC virou apenas uma questão de tempo. Após a visita do prefeito de Santo André e presidente da entidade regional, Paulo Serra (PSDB), ao Legislativo diademense, nesta quinta-feira (14), os vereadores já entraram em consenso sobre o ‘novo Consórcio’, mas a oposição quer relembrar as reclamações dos governistas no momento do pedido de saída em 2017 e apresentar “contradições” nos recursos apresentados em relação ao tema.
O principal ponto de dúvida é a questão financeira. Em 2017, quando pediu para deixar o Consórcio ABC, o prefeito Lauro Michels (PV) afirmou que realizava os repasses para entidade (cerca de R$ 200 mil mensais), porém, sem qualquer tipo de retorno financeiro para o município. “E também não havia um plano de financiamento da dívida, algo que será feito agora, o que vai ser bom para a cidade”, disse o presidente da Casa, Revelino Teixeira, o Pretinho do Água Santa (DEM).
Mas há dois anos foi realizado um plano de financiamento da dívida (no caso de Diadema, cerca de R$ 10 milhões) com uma diferença da atual proposta, o número de parcelas aumentou de 36 para 72 vezes. Michels não realizou a negociação do valor devido e o mesmo acabou judicializado, o que já causou problemas para a cidade.
“Temos de saber o que aconteceu com essa dívida e o quanto que o governo perdeu de certidões negativas. Reclamaram tanto sobre isso e a falta de retorno que também queremos saber o que a cidade perdeu neste tempo em que ficou fora”, disse o vereador Josemundo Dario Queiroz, o Josa (PT).
Outro ponto destacado tanto por oposicionistas quanto governistas é a maior transparência por parte do Consórcio Intermunicipal. Paulo Serra foi o primeiro presidente da entidade que visitou o Legislativo. “Foi um ponto positivo e o que nos foi apresentado é realmente interessante, essa questão de redução dos valores gastos, mas precisamos saber o que é ou será realizado ou aqui na cidade e que foi articulado no Consórcio”, completou o petista.
Consolidado
A volta de Diadema já está consolidada internamente. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o projeto de lei para o retorno deve chegar ao Legislativo em no máximo duas semanas, pois a ideia é que até a assembleia de prefeitos, em março, todos os municípios dissidentes estejam presentes na sede do Consórcio, em Santo André.
“A nossa ideia realmente é realmente reunificar a região e fazer com que muitas dessas questões que já foram apresentadas aqui na mesa sejam efetivadas, convergindo em melhorias para as cidades, e que Diadema volte a ter este pertencimento da região do ABC, tragam melhorias para o dia a dia das pessoas nas mais variadas áreas”, destacou o prefeito Paulo Serra.