Policiais acusados de matar menor negam crime

Nenhum dos sete policiais presos acusados de matar o menor Luiz Henrique Dias Bulhões, rx de 13 anos, ask e ferir mais nove no sábado, em Rondonópolis (MT), assumiu a autoria dos disparos. Em depoimento à Polícia Civil, eles afirmaram que usaram munição de festim. A estratégia do grupo deve ser adotada no Inquérito Policial Militar (IPM) a fim de dificultar as investigações. Todos continuam presos. A reconstituição do crime marcada para hoje foi adiada para quarta-feira.

As armas dos PMs – três espingardas calibre 12 e quatro fuzis 762 – utilizadas na simulação do seqüestro organizado pelo Grupo de Operação Especiais (GOE) estão sendo periciadas. “Nós já temos indícios de onde saíram os tiros, mas o importante para nós é aguardarmos o laudo pericial”, disse o delegado regional do Sul do Estado, João Pessoa. Além dos policiais, o comandante do 5º Batalhão da PM, Wilquerson Felizardo Sandes, prestaram depoimento. “O que houve foi puramente uma negligência com um relaxamento com o material de trabalho utilizado pela polícia”, afirmou o delegado.

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O corregedor-geral da Polícia Militar, coronel Raimundo Francisco de Souza, classificou de teatro a operação da polícia. Ele garantiu que os responsáveis serão punidos ao final das investigações. “Ali era uma simulação, era um teatro, que poderia fazer qualquer tipo de ação. Se fosse um treinamento real, aquele tipo de arma não seria apropriado para aquela ação”, disse o coronel, criticando o planejamento da operação: “A invasão do ônibus não ocorre abruptamente; há todo um planejamento e toda uma negociação. Temos trabalhado sempre com a negociação”, afirmou ele admitindo as falhas da PM.

Três das nove vítimas dos disparos da PM continuam internadas no Hospital Regional. A professora Purcina Adriano Ferreira está com uma bala alojada na cabeça e estilhaços no globo ocular; William César Arruda Batista está com edema cerebral provocado por uma pancada no local do tumulto. O policial militar Gilberto Carlos também foi atingido com um tiro no rosto disparado por colegas de farda. A estudante Jéssica Gonçalves Silva que foi atingida nas nádegas, recebeu alta hoje.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública informou que os policiais presos ainda não contrataram advogados para defendê-los no envolvimento da morte do menor.

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