Em visita ao local que receberia o Museu do Trabalho e do Trabalhador, em São Bernardo, nesta quinta-feira (7), o secretário estadual de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão, afirmou que o equipamento será transformado em mais uma unidade da Fábrica de Cultura. O prefeito Orlando Morando (PSDB) vai se reunir com o Ministério Público Federal (MPF) a fim de obter autorização para terminar a obra e realizar a mudança na finalidade.
O secretário diz que prédio é singular e cultural em São Bernardo. “Infelizmente ele ainda é hoje o símbolo da má gestão e do desvio de recursos públicos. Estado e Prefeitura unidos pretendem dar uma nova destinação a este prédio: transformá-lo num centro de excelência em capacitação para a Economia Criativa. As unidades atingirão todas as idades, especialmente, os jovens, criando uma perspectiva de futuro”, afirmou Leitão.
A reunião entre Morando e o MPF acontecerá nesta sexta-feira (8). Assim que a autorização for concedida pelo Judiciário, a Prefeitura lançará nova licitação para concluir a obra com base no projeto original. Como o convênio com o Ministério da Cultura foi finalizado em 2018, a Prefeitura irá investir R$ 4 milhões na finalização do prédio. Tendo o aval da Justiça, o objetivo é entregar a Fábrica de Cultura no final de 2019.
“Nada melhor do que o secretário conhecer a estrutura fisicamente. Em respeito à população de São Bernardo, precisamos dar uma finalidade adequada à obra, que, infelizmente, está manchada com a marca da corrupção. Buscamos, desta forma, respeito ao dinheiro público e valorizando a Cultura”, completou Morando.
Caso haja a autorização da Justiça para a finalização da obra e mudança da finalidade, essa será a segunda Fábrica de Cultura fora da Capital. Em 2018, foi inaugurada a sede em Diadema. No caso da unidade de São Bernardo, a intenção é que a mesma seja tratada como uma Fábrica de Cultura 2.0, com trabalho mais moderno em relação às unidades já existentes.
Histórico
O prédio que abrigaria o Museu do Trabalho e do Trabalhador teve a obra paralisada em 2016. A princípio por falta de verbas para a conclusão, depois por decisão judicial com a deflagração da operação Hefesta, que investiga supostos desvios de valores que seriam utilizados para a obra em questão.
Desde então, o local ficou fechado e por meses virou espaço onde usuários de drogas chegaram a invadir, na tentativa de transformá-lo em ponto de consumo. Em 2017, a Prefeitura conseguiu a mudança da finalidade da obra, junto ao Ministério da Cultura, à época comandado por Sérgio Sá Leitão. Sem autorização judicial, o local recebeu apenas a presença da Guarda Civil Municipal (GCM) para resguardá-lo.