A cidade que passa por grave crise financeira e política, sofre agora com transtornos no setor da Educação. Após a prefeita interina Alaíde Damo (PMDB) modificar as regras para concessão do passe livre estudantil e deixar os alunos da rede particular de ensino fora do benefício, manifestantes ocuparam a galeria da Câmara Municipal nesta terça-feira (5/2) e reivindicaram a alteração das regras.
Segundo as novas normas, o cartão escolar, que dá direito gratuidade, só pode ser utilizado por estudantes da rede pública de ensino em dias letivos. Sendo assim, com exceção dos estudantes matriculados na rede particular beneficiados com bolsa 100%, os demais alunos terão que pagar 50% dos custos da passagem, o que se refere a R$ 2,15, tendo em vista que a tarifa do ônibus na cidade foi ajustada para R$ 4,30.
“Viemos para a sessão buscar uma solução para isso. Já temos que arcar com as despesas da universidade, é totalmente injusto retirarem nossa gratuidade”, afirma a estudante Bárbara Cristina Guimarães. Indignada com a alteração das regras, com uso da tribuna livre, Bárbara pediu a criação de comissão com membros do poder público e da sociedade civil para avaliar as planilhas do transporte público municipal.
Professor de ensino fundamental e participante da manifestação, André Sapanos (PSOL) defende a permanência do passe estudantil e explica que sem solução, o próximo passo será ir às ruas, uma vez que o custo da passagem pesará no orçamento das famílias. “Como se já não bastasse o reajuste da passagem, fizeram isso com os estudantes. Por mim, a melhor solução seria ir direto às ruas, porque isso é uma verdadeira palhaçada”, afirma.
Em resposta as reclamações, o vereador Marcelo Oliveira (PT) protocolou requerimento solicitando explicações para a Prefeitura sobre o fim do Passe Livre Escolar. “Um governo que está começando agora e já tira um direito histórico dos nossos jovens, não podemos aceitar uma situação como essa. Temos que olhar para nossa juventude direito e não tirando direitos”, disse o petista na tribuna. Afirmou ainda que os vereadores não poderiam votar o decreto, tendo em vista que o documento não passou pelo Legislativo. “Mas tenham certeza que todos nós estamos ao lado dos estudantes para reverter a situação”, falou Fernando Rubinelli (PDT).
Também em discordância com a medida adotada pela prefeita interina Alaíde Damo, o vereador Admir Jacomussi (PRP) afirmou “esse governo está abandonando a cidade e agora além de tudo, está tirando os direitos dos estudantes. A prefeita não precisa andar de ônibus, por isso não sabe as dificuldades dos estudantes, que muitas vezes não tem dinheiro para um lanche. Não dá para aceitar a retirada de direitos”, disse.
O vereador Irmão Ozelito (SD) também entrou com requerimento e pediu retorno dos benefícios aos estudantes. Já o Professor Betinho (DC) entrou com moção de apelo para a volta do Passe Livre Escolar.