O combate à violência sofrida por mulheres ganhou importante reforço na comunidade escolar a partir da campanha estadual promulgada no último dia 17 pelo governador João Doria. Agora, alunos da rede pública e privada passarão a desenvolver, obrigatoriamente, atividades pedagógicas sobre o tema. A ação contempla exercícios de conscientização, respeito aos direitos humanos e Lei do Feminicídio, rodas de conversa, debates e outras atividades com finalidade de evitar práticas de violência contra a mulher.
Na avaliação da psicopedagoga Sol Massari, em Santo André, mesmo com elevado número de ocorrências, a abordagem do assunto nas escolas da região hoje é praticamente nula, por isso, a medida deve refletir de forma positiva no meio escolar. “Infelizmente é uma realidade que muitos alunos vivem dentro de casa e que passa às cegas dentro da maioria das salas de aula”, afirma.
Segundo a especialista, a discussão sobre a necessidade de registro de denúncias, questões de cidadania e a construção da mulher são conteúdos que devem ser discutidos desde o ensino fundamental. “Nessa idade a criança já pode ter a percepção da importância de se respeitar o coleguinha, os mais velhos, aprender quem foi Maria da Penha, ler e ouvir histórias e assim aprender de forma indireta”, avalia.
A orientação de Sol é que a abordagem também envolva as famílias nas atividades escolares. “É fundamental que os pais participem de palestras, debates e assim também entendam seu papel na sociedade a importância do respeito”, comenta.
Números da violência
Os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo revelam que somente em dezembro do ano passado, 4.311 mulheres foram ameaçadas, 4.340 foram vítimas de maus tratos e outras 11 mulheres vítimas de homicídio doloso. Em caso de denúncia, o número 180 é telefone destinado a atender denúncias de vítimas de ciência em âmbito nacional.