Maduro rejeita “golpe” e critica EUA, mas seguirá vendendo petróleo ao país

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira, 25, na sede do governo em Caracas que está disposto a dialogar com a oposição e a fechar acordos pela governabilidade, mas insistiu que é o líder legítimo e eleito do país e que não pretende deixar o posto. Além disso, realizou críticas aos Estados Unidos, mas garantiu que continuará vendendo petróleo aos americanos.

Maduro criticou Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional que se autointitulou na quarta-feira presidente interino do país. Para Maduro, Guaidó não é uma pessoa confiável e seria um agente do exterior, mas o presidente disse que pode se reunir com ele, “sem problemas”, para negociar. Guaidó, por sua vez, voltou a dizer hoje que o presidente deve deixar o posto, porque seria um “usurpador” e deve ser substituído por uma administração provisória que convoque eleições.

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“O golpe de Estado é uma opção insensata da direita venezuelana”, afirmou Maduro. Ele insistiu na necessidade de se respeitar a Constituição e disse que, caso queiram contestá-lo, isso precisaria passar pelo Judiciário. “O que fizeram foi um golpe de Estado. Invocaram um artigo da Constituição para se autoproclamar presidente”, afirmou.

Maduro afirmou que propôs um diálogo “respeitoso” com o presidente americano, Donald Trump, mas os EUA veriam isso como suposta fraqueza. Ele disse que houve ruptura de relações diplomáticas e políticas com o governo Trump, mas não em outras esferas. Com isso, afirmou que a Venezuela continuará a exportar normalmente aos EUA, inclusive petróleo. Maduro disse que ele pretende inclusive continuar a elevar a produção petrolífera, a fim de vender mais aos americanos. “Não sou contra os EUA, sou contra o imperialismo e anticolonialista”, argumentou.

O presidente disse também que a Venezuela pretende importar mais trigo da Rússia, um dos países que continua a apoiar o regime, ao lado de China e Turquia.

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