Raramente os números apresentados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado sobre a criminalidade apresentam um cenário diferente. A cada mês aumenta o número de notificações de estupros na região, mas em 2018 mais de 70% deles foram com vulneráveis (menores de 14 anos), o que acabam chamando a atenção nos cuidados que temos de ter com as nossas crianças e pré-adolescentes.
Como bem disse o coordenador do Observatório de Segurança Pública da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), David Siena, o estuprador não tem a cara do pedófilo apresentado em filmes e séries, um ser introspectivo e misterioso que pode dar a entender como um ser perigoso. A maioria dos casos envolveu pessoas de muita confiança dos familiares.
Então existe uma necessidade grande de observar com atenção com que estes menores de idade conversam ou se envolvem para evitar situações como o estupro. Porém, caso infelizmente algo grave já tenha ocorrido, é realmente necessário que haja a denúncia, o mais rápido possível.
Já passou da hora de a sociedade parar de culpar a vítima e entender que o estupro não é causado pela iniciativa de quem é estuprado, mas sim pela crueldade de quem comete o crime. Infelizmente ainda existem pessoas que não entendem as consequências psicológicas que aquelas que sofrem com tal situação podem ter e atrapalham ainda mais na resolução do crime.
Se os traumas são grandes em adultos, imagine em crianças e adolescentes que ainda estão em desenvolvimento e não podem conviver com os medos causados por seres que não podemos chamar de humanos.
Denunciar tem uma importância significativa para que outras pessoas possam também fazer o mesmo, sem temer o preconceito ou a imagem que os mais retrógrados possam ter das vítimas, e assim fazer com que a investigação possa ser feita e que os culpados paguem, de fato, pelo crime que cometeram.