A direção da GM (General Motors) negou a possibilidade de fechamento de suas fábricas no Brasil. Em reunião que ocorreu nesta terça-feira (22), em São José dos Campos, a empresa “reiterou” a nota enviada na semana passada sobre sua situação, mas aguarda novos posicionamentos de incentivos fiscais para continuar investindo no país. Segundo o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), os investimentos no município serão mantidos.
Parte do conteúdo da reunião foi divulgado por sindicalistas e os prefeitos de São Caetano, Auricchio, e de São José dos Campos, Felicio Ramuth (PSDB). Segundo os participantes, a empresa espera posicionamento do poder público em torno de novos incentivos fiscais para realizar novos investimentos.
O principal ator desta história é o Governo do Estado, no qual a GM espera um maior apoio nos próximos dias. Segundo Ramuth, cinco reuniões já foram realizadas entre a direção da empresa e os representantes da Secretaria da Fazenda, mas até o momento não houve avanços.
Apesar disso, os prefeitos saíram “otimistas” da reunião. “Essa oportunidade indica uma possibilidade de investimentos e uma negociação que envolve vários atores: o governo estadual, o governo municipal, o sindicato, os trabalhadores e a própria diretoria da GM, e que nós fizemos é dar o pontapé inicial para essa negociação conjunta, onde todos os esforços, e é por isso que saio da reunião bastante otimista”, disse o prefeito de São José dos Campos.
“É um momento crítico, de dificuldade. A GM apresenta problemas como todas as outras montadoras do país, mas eles têm uma expectativa que esse investimento pode ser feito na medida em que alguns parâmetros que estão balizados em quatro pilares possam ser coordenados e sincronizados”, explicou Auricchio ao RD.
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O primeiro “pilar” citado por Auricchio é o Poder Público. No caso do Governo do Estado, foram realizadas cinco reuniões sobre o assunto, e houve “um avanço considerável”. No caso das prefeituras, os pedidos (não divulgados) serão avaliados. O segundo pilar são as revendedoras autorizadas, porém, neste caso houve um acerto.
O terceiro pilar é formado pelos 500 fornecedores da General Motors. Haverá reuniões sobre o assunto para avaliar as possibilidades de investimento. O quarto pilar é formado pelos sindicatos que devem conversar para acertar questões trabalhistas.
No caso de São Caetano, segundo fontes ouvidas pela reportagem existe um temor sobre o descumprimento do acordo coletivo realizado em 2017 e que aumentava os ganhos dos trabalhadores. A reportagem entrou em contato com o sindicalista Aparecido Inácio da Silva, o Cidão do Sindicato, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, porém, até o fechamento desta edição não houve retorno.
Segundo Auricchio, os investimentos de R$ 1,2 bilhão na planta de São Caetano não vão sofrer alterações, inclusive com a fabricação do modelo Tracker, a partir de dezembro. A expectativa é que as novas medidas possam causar novos valores investidos na fabricação de novos veículos que dariam vida para a fábrica por mais 10 anos.
O RD também entrou em contato com a direção da GM, porém, sua assessoria de imprensa afirmou que não iria comentar sobre o conteúdo da reunião.