Há pelo menos quatro meses, moradores do Jardim Ana Maria, Capuava, Santo Alberto e João Ramalho, em Santo André, sofrem com constante falta de água entre às 19h e 7h da manhã. O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) justifica a interrupção do abastecimento por conta de manutenções preventivas, mas os moradores relatam estarem cansados com a situação. Em Mauá, residências dos bairros Jardim Zaíra e Vila Nossa Senhora das Vitórias também estão com torneiras secas.
Em Santo André, no Jardim Ana Maria, a falta de água assola o bairro desde 2016. A dona de casa Lúcia Leite da Silva explica que por conta do desabastecimento, a família desenvolveu sistema de captação de água da chuva para conseguir executar as tarefas do dia a dia. “Tivemos que nos adaptar com a situação. Para conseguir limpar a casa precisei instalar duas caixas para captar água da chuva”, explica.
Lúcia explica ainda que embora tenha diminuído o tempo de banho, optado por lanches e evitado gastar água, a torneira fica seca a partir das 19h30, mas o valor da conta, ao fim do mês, continua elevado. Enquanto no mês de novembro a conta fechava em R$ 217, em janeiro o valor ficou em R$ 313(foto). “É um absurdo de caro. Eu e meu marido até procuramos por vazamento na casa, mas não achamos nada”, acrescentou.
Na rua Marco Aurélio, o problema de torneiras secas se repete. A dona de casa Rosemeire Rodrigues Simões conta que desde dezembro, na parte da manhã a água vem com pouca pressão e, a partir das 11h, começa a faltar nas residências. “Alegam que está sendo feita uma reforma no reservatório do Parque Erasmo, mas por que não fazem isso no inverno?”, questiona a dona de casa.
Em nota, Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa) informou que os bairros citados na reportagem tem abastecimento de água suspenso por causa do horário sazonal, medida que visa combate às perdas de água no sistema de distribuição. A companhia informa ainda que desde o início de janeiro, o abastecimento é atingido por conta da manutenção do reservatório Erasmo. Quanto ao valor das contas, segundo nota, não houve aumento recente de tarifas promovido pelo Semasa. “Os usuários devem prestar atenção ao consumo mensal deles e, caso observem aumento injustificado, podem pedir uma vistoria em um dos postos de atendimento da autarquia ou através do telefone 115”.
Calamidade
No Jardim Zaíra, em Mauá, a situação é ainda mais preocupante. Alguns moradores relatam não conseguir sequer encher um copo de água por conta dos problemas de abastecimento. “Na minha casa, por exemplo, desde sexta-feira (11/1) estamos sem água, está uma calamidade e não temos como comprar água”, relata a dona de casa, Zuleide Silva, moradora da rua Manoel Nascimento. Na rua Plewna, na Vila Nossa Senhora das Vitórias, o abastecimento de água também é interrompido logo cedo, a partir das 9h.
Procurada pela equipe do Repórter Diário, a SAMA (Saneamento Básico de Mauá) não retornou os questionamentos até o fechamento da matéria.