Bolsas de NY: sinais ‘dovish’ do Fed apoiam quarto dia consecutivo de ganhos

Sinalizações “dovish” emitidas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ao longo desta quarta-feira, 9, garantiram aos mercados acionários americanos o quarto pregão consecutivo de alta. No entanto, o encerramento ficou longe das máximas do dia, à medida que os investidores continuaram a monitorar as relações comerciais entre Estados Unidos e China enquanto aguardam novidades sobre as negociações entre os dois países.

O índice Dow Jones chegou ao fim do dia em alta de 0,39%, cotado a 23.879,12 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 0,41%, para 2.584,96 pontos. Já o índice Nasdaq subiu 0,87%, para 6.957,08 pontos.

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Os principais indicadores acionários chegaram a operar brevemente no negativo no início da tarde antes de estabilizarem e ampliarem os ganhos. O otimismo dos agentes veio ao lado de discursos de dirigentes do Fed, que apoiaram o apetite por ativos considerados mais arriscados, como as ações, ao sinalizarem que o banco central pode ser mais paciente antes de adotar novas medidas de aperto. A fala mais enfática veio do presidente da distrital de Atlanta do Fed, Raphael Bostic, que sinalizou que o próximo movimento nos juros pode ser para cima ou para baixo, abrindo o caminho para um possível corte nas taxas.

Mesmo assim, outros dirigentes do Fed continuam a ver mais aumentos pela frente. De acordo com Eric Rosengren, da unidade de Boston, a política monetária continua levemente acomodatícia em solo americano. Além dos dirigentes, a ata da reunião de dezembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) também indicou mais paciência por parte da autoridade monetária dos EUA. O documento foi enfático ao informar que os dirigentes expressaram menos certeza sobre o timing e o tamanho de futuros ajustes nos juros, porque esses fatores dependeriam das condições econômicas.

“A ata enfatizou a ideia de que a política do Fed é, agora, mais dependente dos dados e que a inflação controlada permite que os dirigentes sejam pacientes na execução de novos aumentos nos juros. Lemos isso como consistente com nossa projeção de duas elevações nas taxas em 2019, com mais riscos de menos altas do que de mais aumentos”, afirmou, em relatório enviado a clientes, o economista Andrew Hollenhorst, do Citi.

Apesar da chance de juros menos elevados nos EUA, papéis de bancos se viram beneficiados e apresentaram alta. A ação do Goldman Sachs subiu 0,63%, enquanto a do Bank of America avançou 0,98%. Parte dos ganhos veio com a perspectiva positiva de um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo, tendo em vista que as disputas sino-americanas enfraqueceram as projeções para a economia mundial e fizeram o Banco Mundial cortar suas estimativas para o crescimento global tanto em 2019 quanto em 2020.

No entanto, próximo ao fim do pregão em Nova York, houve uma moderação dos ganhos das bolsas após a Nikkei relatar que autoridades americanas e chinesas ainda estão longe de um acordo em relação aos subsídios de Pequim dados a empresas estatais. As disputas comerciais têm pesado nas estimativas de lucros das empresas e colaboraram com a volatilidade dos mercados em 2018. “Parece que ainda há algumas desvantagens na economia global, e isso pode reduzir ainda mais as perspectivas de lucro no novo ano”, afirmou o diretor-executivo da Venturi Wealth Management, Russ Norwood.

A Apple, que relatou que pode ser afetada pelos conflitos, viu suas ações encerrarem em alta de 1,70%, ajudadas por comentários otimistas feitos pelo presidente-executivo da companhia, Tim Cook, na noite de terça-feira. Entre as techs, a Microsoft subiu 1,43% e o Facebook avançou 1,19%.

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