O prefeito de São Bernardo e ex-presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Orlando Morando (PSDB), não escondeu as críticas aos prefeitos que deixaram a entidade. Durante a assembleia desta terça-feira (8), o tucano afirmou que os prefeitos que deixaram e vão deixar a autarquia regional foram mesquinhos e que deixaram o grupo de maneira “inexplicável”.
“Lamento a mesquinhez daqueles que de maneira inexplicável deixaram o Consórcio. Falo isso com tranquilidade, agora mesmo nós temos aqui um convênio assinado com a Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hidrícos). R$ 1,5 milhão para Ribeirão Pires e R$ 1,5 milhão para Rio Grande da Serra. Se somar a história de Rio Grande da Serra dos que eles pagaram para o Consórcio não será o que eles vão receber do Consórcio, fora o plano de mobilidade”, afirmou Morando.
Rio Grande da Serra foi a única cidade que conseguiu retirar a verba prometida do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) Mobilidade Urbana. A cidade obteve investimentos de R$ 41 milhões. Para o ABC, em 2014, o Governo Federal informou que investiria mais de R$ 500 milhões na área.
“Eu falo isso com tranquilidade, porque o Consórcio está acima dos eleitos. O Consórcio é uma instituição, é mais ou menos um prefeito se eleger e dizer que vai deixar a Prefeitura, isso não existe, não é? Aqui é um Consórcio de prefeitos público e que deixo ele após dois anos de gestão com a consciência tranquila, com o dever tranquilo e da melhor forma possível. Aqueles que me antecederam na presidência não tiveram nem a coragem e nem a ousadia de mexer na ferida como nós mexemos, trazendo economia aos municípios”, completou o prefeito.
Sem citar nomes, Morando afirmou que a Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) regional não saiu do papel, pois um dos prefeitos não aceitou. Além das críticas voltadas para Lauro Michels (PV, Diadema), Gabriel Maranhão (sem partido, Rio Grande da Serra) e José Auricchio Júnior (PSDB, São Caetano do Sul), outro alvo do são-bernardense foi o ex-governador Márcio França (PSB).
Segundo o ex-presidente do Consórcio ABC, a descentralização da distribuição dos remédios de alto custo só não ocorreu em 2018, conforme prometido pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), por falta de iniciativa de França. “Espero que vocês questionem o Márcio França sobre isso, pois essa situação não está nas mãos do Governo do Estado. Mas já falei com o João Doria (PSDB) e ele me garantiu que essa questão vai sair”.
Quando questionado sobre seu legado, Orlando Morando destacou a implantação do escritório avançado do Consórcio em Brasília, os atos de austeridade econômica nos gastos da entidade e a parceria com a União Europeia, sendo está última ainda em conversações para saber se haverá ou não investimentos no sistema de trânsito das cidades consorciadas.