A suspeita da participação da vereadora afastada de Santo André, Elian Santana (SD), em um esquema de fraude de aposentadorias foi alvo de uma reportagem exibida no programa Fantástico, da Rede Globo, neste domingo (6). Durante depoimento dado à Polícia Federal (PF) em novembro do ano passado, a legisladora negou que recebeu qualquer tipo de dinheiro oriundo de crimes. Caso ainda é investigado.
No trecho da oitiva, exibido na matéria, Elian nega qualquer tipo de benefício no suposto esquema. “Eu nunca recebi um centavo. Ele falava para mim: ‘Elian, eu tô fazendo tudo dentro do que a lei manda fazer (sic)’”, disse a vereadora em relação ao despachante Adair Saar, que realizava atendimento voluntário aos munícipes que visitavam o gabinete da vereadora, mas que segundo as investigações chegava a cobrar R$ 15 mil.
“Ela, portanto, viu que a pessoa estava disposta a ajudar e o colocou dentro do gabinete. Agora, isso não a torna fiadora dessa pessoa”, explicou o advogado de Elian Santana, Alamiro Velludo Netto.
Adair também negou todas as acusações, mas ao ser questionado sobre suposto pagamento para a então chefe de gabinete de Elian Santana, Luciene Aparecida Ferreira de Souza, o suspeito não quis responder. A defesa de Luciene também negou todas as acusações.
Outro suspeito do caso, o funcionário da agência da Previdência Social, em Diadema, Vitor Mendonça de Souza, tomou o mesmo caminho de negar qualquer suspeita, porém, não comprovou prontamente a origem dos R$ 42 mil encontrados em sua residência. “Eu até consigo comprovar depois isso aí (sic)”, falou aos investigadores.
Entenda o caso
Segundo a investigação realizada na operação Barbour, Adair recebia funcionários de bancos públicos e privados, e de empresas de telefonia, que queriam acelerar seus pedidos de aposentadoria. O despachante então supostamente incluía informações falsas de que tais servidores trabalhavam como impressor offset, uma profissão insalubre, mas que não existe no Banco do Brasil, por exemplo.
Tais informações eram levadas para Vitor, que em Diadema realizava a aprovação dos pedidos. Segundo as investigações, um funcionário do banco estatual que mora em Sorocaba teve seu pedido de benefício aprovado em quatro minutos. Outro, morador de Uberlândia (MG) recebeu resposta positiva em sete minutos. 1,3 mil aposentadorias estão em suspeita com um rombo estimado superior aos R$ 100 milhões.
Neste momento, Elian e Luciene estão em liberdade e aguardando novos passos da investigação. Adair e Vitor seguem detidos