Após 18 dias detida na carceragem da Polícia Federal (PF), na Capital, a vereadora afastada de Santo André, Elian Santana (SD), teve sua liberdade concedida nesta sexta-feira (14), após decisão da Justiça Estadual. Apesar de ser solta, uma série de medidas cautelares foram impostas à parlamentar que continua como uma das suspeitas de crimes contra os cofres da Previdência Social.
Segundo a decisão judicial, Elian (foto) está suspensa da função de vereadora, de qualquer outra atividade relacionada a consultoria e assessoramento para obtenção de benefícios previdenciários ou assistenciais. Não poderá acessar a sede da Câmara andreense e qualquer agência do INSS enquanto perdurar as investigações.
Além disso, terá que pagar uma fiança superior à R$ 28 mil, e só será libertada 48 horas após o pagamento do valor imposto. Não pode se ausentar por mais de uma semana de sua residência, não pode sair do país e terá que usar uma tornozeleira eletrônica. Não foi informado se a vereadora deixará de receber seus vencimentos.
Se continuar recebendo o seu salário como parlamentar, o imbróglio jurídico em torno da convocação do suplente, Vavá da Churrascaria (SD), que aguarda para assumir o cargo. A informações de fontes próximas ao presidente da Câmara, Almir Cicote (Avante), é de que o Legislativo não quer pagar 22 salários tendo apenas 21 vereadores.
Relembre o caso
No dia 26 de novembro, a Polícia Federal deflagrou a operação Barbour, que investiga supostos crimes de falsificação em pedidos de aposentadoria. Segundo os investigadores, funcionários de bancos públicos e privados, e de empresas de telefonia, tentavam acelerar seus processos para adquirir o benefício.
Para isso, encontros entre essas pessoas e o “assessor informal” de Elian, Adair Saar, aconteciam no gabinete da parlamentar, e com o auxílio de sua chefe de gabinete, Luciene Aparecida Ferreira de Souza. Logo após os encontros, os documentos necessários para os pedidos de aposentadoria eram forjados com o acréscimo de informações de que supostamente estes funcionários exerceram atividades insalubres.
Toda a documentação era apresentada na agência da Previdência Social, em Diadema, onde o funcionário Vitor Mendonça de Souza aprovava com rapidez todos os pedidos, alguns em menos de cinco minutos. Segundo estimativa da PF, 1,3 mil processos estão sob suspeita e o rombo pode chegar a R$ 170 milhões.
Elian Santana é a segunda suspeita a ser liberada, Luciene Souza foi libertada na semana passada após pedido de Habeas Corpus, porém, não pode retornar ao cargo no Legislativo.