Ficou marcada para o próximo dia 20/12, às 15hs, a primeira reunião entre a prefeitura de Diadema, a Câmara com metalúrgica Delga, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a incorporadora EPH. O encaminhamento saiu de uma audiência pública realizada na Câmara nesta terça-feira (11/12). O problema é que a EPH teve aprovado um empreendimento com três torres residenciais ao lado da Delga, empresa que gera impacto de vizinhança, ruído e vibrações no solo, e que trabalha 24 horas por dia. O temor é que o empreendimento force o fechamento do terceiro turno, e até o fechamento da indústria que emprega cerca de 600 funcionários.
A Delga está em Diadema desde 1996, segundo relatou o representante da empresa Marcos Possari. “Nunca nos preocupamos em sofrer esse tipo de situação que estamos sofrendo agora, não fomos consultados. A construção de um empreendimento verticalizado em frente a empresa é impeditiva à continuidade da nossa empresa em Diadema. A Delga sempre foi muito assediada por outros municípios, mas continuou aqui, somos uma empresa nacional e aqui temos grandes planos de investimentos para Diadema”, disse Possari.
Estarão reunidos no dia 20 os membros de uma comissão que terá quatro representantes da prefeitura (das secretarias de Habitação, Desenvolvimento Econômico, Assuntos Jurídicos e de Governo), 3 da Câmara, 2 do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, 2 da incorporadora EPH e 2 da Delga.
“As prensas da Delga produzem cerca de 110 decibéis e com esse barulho fica impossível dormir, ou mesmo ficar duas ou três horas sob esse barulho sem proteção, que causa surdez, além disso tem outros problemas como a reverberação e a vibração que pode causar rachaduras nas edificações. Faltou um olhar ali mais criterioso, foi dada uma autorização o que não deveria ter acontecido”, disse Wagner Santana, o Vagnão, presidente do sindicato. “Essa questão terá que ter uma solução política, porque a jurídica vai levar anos”, continua.
A secretária municipal de Habitação, Regina Gonçalves, disse que há houve uma reunião com a incorporadora EPH e que ela está ciente das implicações de promover as vendas dos apartamentos. “Pedimos que não fizessem as vendas e suspendemos a aprovação do estande de vendas”.
A audiência pública foi proposta pelo vereador Josemundo Dario Queiroz, o Josa (PT) que avaliou positivamente o resultado. “O resultado foi positivo porque, só por reunir todos os interessados, prefeitura, câmara, assembleia legislativa (representada pelo deputado Teonílio Monteiro da Costa, o Barba – PT), a empresa e o sindicato, já traz um grande simbolismo, além disso tem a questão prática, que já saímos com a primeira reunião marcada. Eu avalio que a prefeitura já veio com a intenção de resolver”, avaliou. A EPH foi a única envolvida que não enviou representantes para a audiência pública.