Com a chegada das fortes chuvas de verão, o perigo em torno do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya aumenta consideravelmente. Apesar do cenário de queda em 96% nos casos de dengue e 77% de chikungunya nos últimos dois anos na região – os registros passaram de 2.050 para 70 e de 103 para 23 respectivamente em 2018 – especialistas alertam que há grande possibilidade de acontecer nova epidemia.
A explicação é que a redução dos casos é temporária e acontece de acordo com o período de imunização da população. “É natural que tenhamos redução em épocas em que a sociedade está imunizada. Acontece que, conforme novas pessoas nascem e há mudança de público, o risco volta à tona”, explica o médico Carlos Kiffer, infectologista do Hospital São Luiz, em São Caetano.
Na região, São Bernardo foi a cidade que mais registrou ocorrências de dengue em 2018. Foram 28 casos – 7 autóctones (contraídos no município) e um caso confirmado de chikungunya. Santo André também fechou a conta com número elevado: 21 ocorrências de dengue (5 autóctones) e outros 21 casos de chikungunya contraído em outro município. Mauá contabilizou 9 casos de dengue, três deles autóctones e um de chikungunya; enquanto Diadema, registrou oito casos de dengue, Ribeirão Pires três casos e São Caetano um, ambos importados.
Em especial no verão, com as fortes chuvas e a crise hídrica, o número de notificações cresce. Kiffer explica que isso ocorre por conta do acúmulo de água em caixas, baldes muitas vezes sem cuidado básico de proteção. “Acontece o mesmo em espaços públicos, quando chove acumula água e em menos de sete dias o mosquito já se torna perigo para a população”, explica. Por isso, a orientação é evitar acúmulo de água em calhas, pneus e garrafas.
Além da vacinação contra o mosquito, a dica é mosquito é colocar tela nas janelas, colocar areia nos vasos de plantas e não despejar o lixo em valas, margem de córregos e riachos. “Mais do que ter responsabilidade social com o ambiente onde vive, é olhar para o próprio espaço e cuidar para ficar longe de problemas”, orienta o médico.
Para a dengue, zika e chikungunya os sintomas são parecidos. Em geral há ocorrência de febre alta, dor de cabeça, atrás dos olhos e no corpo, perda de apetite, manchas vermelhas no corpo, náuseas e vômitos. Toda pessoa com suspeita deve procurar um serviço de saúde mais próximo para que o melhor tratamento seja indicado e o caso não piore.
Prefeituras
Como forma de combate aos surtos e proliferações, as secretarias de saúde da região trabalham em ações de conscientização. Além de distribuir panfletos e serviço porta-a-porta de averiguação, as equipes recebem denúncias sobre possíveis focos do mosquito, acompanham pontos estratégicos, como ferros-velhos, pátios de veículos e cemitérios. Em casos de denúncias, a orientação é notificar o centro epidemiológico da Prefeitura o mais rápido possível para averiguação do foco.