A Operação Tritão, deflagrada no dia 31 de outubro, provocou tensão nos bastidores da política de São Caetano. Passados quase 40 dias, as movimentações ainda continuam.
Segundo informações, o fato mais recente ocorreu no início desta semana, quando o deputado federal Marcelo Squassoni, que não se reelegeu, foi visto em um café com um empresário – que tem trânsito com políticos de São Caetano – dentro de um posto de gasolina na esquina mais movimentada da cidade.
Squassoni (foto), que tem reduto eleitoral no Guarujá, teve o nome atrelado à Operação Tritão. A menção ao nome do parlamentar foi feita quando a Polícia Federal, ao prender o empresário Mario Jorge Paladino, dono da MC3 (sediada em São Caetano), apreendeu um cheque de R$ 200 mil da campanha de 2014 do deputado na casa do empresário no litoral.
A notícia da apreensão do cheque veio à tona no dia 28 de novembro em matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo. Na reportagem, a assessoria do deputado diz que o cheque era para pagar uma gráfica de um amigo de Paladino, que não foi efetivada porque a campanha teria ficado sem dinheiro.
Já a defesa de Paladino não explicou o que o cheque do deputado fazia na casa dele.
Na semana seguinte à publicação da reportagem, o deputado passou por São Caetano para este café.
O café ocorreu no posto localizado a um quarteirão da Câmara de São Caetano. Mas a proximidade da Operação Tritão com a Câmara não se da apenas geograficamente.
O bastidor do Legislativo foi o mais alvoroçado durante a deflagração da Operação Tritão.
Primeiro porque a Câmara de São Caetano tem contrato com a empresa MC3. Enquanto quatro agentes da PF estavam em mandado de busca e apreensão na empresa de Mario, na rua Ceará, uma intensa movimentação teve início nos bastidores da avenida Goiás.
Mesmo sem o contrato ser alvo de investigação da PF, pessoas ligadas ao Legislativo buscavam informações durante todo o dia 31 de outubro sobre os desdobramentos da prisão de Paladino.
Naquele mesmo dia, algumas movimentações que faziam parte da rotina deixaram de ocorrer. A partir de então, algumas pessoas e carros, vistos com frequência no entorno do Legislativo, deixaram de aparecer.
A principal preocupação nas conversas de bastidor da Câmara era se o sigilo bancário de Mario Jorge havia sido quebrado, pois ventila-se no bastidor a informação sobre algumas transferências feitas a pessoas de confiança (nomeadas) que poderiam chamar atenção da PF.
A todo instante, a atenção “descia a serra” na busca de informação sobre o andamento da Operação, que teve como palco principal o litoral, mais exatamente o comando da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), cujo presidente também ficou preso por 14 dias.
A apreensão começou a voltar ao normal quando Paladino, após pagar fiança de R$ 180 mil, conseguiu habeas corpus.
Mesmo assim, ainda tem muita gente preocupada no bastidor da política local, porque a Câmara ainda terá uma eleição de presidente pela frente.